Cerca de 80 produtores, que ocupavam a Terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima ainda enfrentam problemas com a indenização ou reassentamento, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve a homologação da área e determinou a retirada dos produtores não-indígenas, no ano passado. Para discutir uma solução, os produtores se reúnem, na próxima quarta-feira, às 17 horas, com o desembargador Jirair Meguerian. As informações são do jornal Folha de Boa Vista.
Foram convidados para a reunião, representantes da Advocacia-Geral da União (AGU), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ministério Público Federal (MPF), Ouvidoria Agrária, além do assessor da Casa Civil da Presidência da República em Roraima, Nagib Lima. Seis ex-produtores foram autorizados a participar da discussão em Brasília, entretanto, o movimento quer levar cerca de 25 pessoas.
Eles reivindicam áreas produtivas para serem reassentados e com infraestrutura suficiente para garantir a produção e o escoamento. Alguns ainda não foram indenizados após a retirada e outros teriam recebidos valores irrisórios, que não garantem o sustento da própria família. A viagem será realizada com recursos dos próprios produtores.
Alguns produtores, que saíram da terra indígena, foram realocados no Truaru, no município de Boa Vista, e existe a possibilidade de os demais ganharem terras em Vilhena, no Bonfim. Entretanto, essas terras também são alvos de críticas, já que são caracterizadas por mata e campos e não teriam estradas ou qualquer infraestrutura para garantir o trabalho de quem queira plantar.
Joel Maduro, ex-proprietário da fazenda Maú, afirmou ao jornal Folha de Boa Vista que existem propriedades com cinco hectares, mas que dispõem apenas de um ou um e meio hectare utilizado. Essas terras excedentes poderiam ser negociadas, mas dependeriam de uma negociação com os atuais proprietários.
(Amazonia.org.br, 22/06/2010)