O ministro de finanças do Quênia anunciou planos para estabelecer um esquema de comércio de emissões com a ambição de ser o centro do mercado de carbono africano, reportou o SciDev.
Uhuru Kenyatta disse durante o seu discurso sobre o orçamento no Parlamento que a estrutura seria criada para dar um panorama sobre como participar do esquema, como a renda será repartida e como garantir a responsabilização pelas reduções de emissão.
O ministro completou que o esquema ajudaria a melhorar os esforços de conservação e redução da pobreza no país. O governo alocou cerca de US$ 721 milhões para ações ambientais, sanitárias e hídricas para o período 2010/11, um crescimento de quase 50% em relação ao ano anterior.
“Esta é a primeira vez nos últimos 30 anos que as comunidades se beneficiarão do plantio de árvores no país”, disse Fredrick Njau, do movimento Green Belt de Nairobi.
Claudia Ringler, pesquisadora sênior associada ao International Food Policy Research Institute, sediado nos Estados Unidos, disse ao SciDev que os planos certamente são louváveis, “porém implantar tal sistema é altamente complexo e exigirá uma grande quantidade de recursos e capacitação. Ainda não está claro se o governo tem a vontade ou os recursos necessários tanto para desenvolver quanto para manter tal sistema vivo”.
"Além disso, apesar de um esquema sediado no Quênia poder e dever apoiar os proprietários rurais pobres ... acessar os agricultores, pastores e aqueles encarregados da conservação das florestas será ainda mais complexo, e (algo que) ainda tem que ser alcançado em escala pelos existentes mercados voluntários de carbono”.
(Por Fernanda B Muller, CarbonoBrasil, 22/06/2010)