A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença dos pulmões que diminui a capacidade de respiração. Geralmente se desenvolve após vários anos de tabagismo ou exposição a poeira (cerca de 30 anos). No entanto, uma mulher inglesa de 60 anos que nunca fumou e jamais ficou 30 anos perto de poeira está com a doença.
Lynda Mitchell, de 52 anos, culpa os pais, que durante toda a sua infância fumavam 60 cigarros por dia perto. "Minha mãe logo que acordava já acendia um cigarro. Quando eu chegava nas escadas a primeira coisa que sentia era o cheiro horrível de fumaça", disse ela.
"Antigamente ninguém tinha noção dos efeitos devastadores do fumo, achavam que era legal", contou Lynda ao Daily Mail.
Ela já sofreu com uma forte pneumonia e logo depois que se livrou da doença passou a sofrer de asma.
"Eu sou a prova viva de que o fumo pode matar, sem que a gente fume. Nossos pulmões não estão completamente formados até que cheguemos aos 25 anos. As pessoas estão matando seus filhos ao fumar perto deles", desabafou a mulher.
Lynda foi oficialmente diagnosticada com a doença pulmonar crônica obstrutiva em 2003, mas os médicos acreditam que ela vinha sofrendo com os sintomas desde 1980. A doença faz com que os pulmões da mulher funcionem apenas 22% e ela precise de oxigênio para respirar.
A mãe de dois filhos ainda toma de 20 a 25 remédios por dia, entre analgésicos e esteroides, para proteger a pouca capacidade pulmonar que lhe restou. Segundo seu marido, ela não pode mais se vestir sozinha, lavar, passar ou mesmo fazer uma xícara de chá, que fica esgotada.
Os médicos afirmam que a doença é terminal e que Lynda irá morrer como vítima da mesma.
Para tentar mudar o destino de outras pessoas, ela passou a participar de uma campanha da Fundação Britânica do Pulmão, que visa inibir o fumo em carros onde estão menores de 18 anos. "Talvez se eu não tivesse sido cercada pela fumaça, teria uma vida muito melhor. Certamente não estaria aqui falando sobre morte", explicou ela.
"Amo minha mãe e sei que ela me ama muito, mas não há desculpas para isso. Não quero fazer com que todos os pais deixem de fumar, só quero torná-los mais conscientes de como isso influencia na vida de seus filhos", desabafou ela.
O padrasto de Lynda morreu em 1990 com câncer de pulmão. Sua mãe, agora com 72 anos, está com um enfisema pulmonar e câncer de pele há pelo menos 2 anos.
June, mãe de Lynda, disse: "Se eu soubesse que o fumo faria tanto mal para ela, jamais teria acendido um cigarro perto da minha filha".
Na última segunda-feira o Ministério da Saúde divulgou um estudo que mostrou que menos brasileiros estão fumando. O tabagismo é uma das principais causas de morte em todo o mundo e a doença pulmonar obstrutiva crônica é só uma das consequências do consumo de cigarros.
(O dia, 22/06/2010)