O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira em Altamira (PA) de ato em defesa da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, localizada no rio Xingu, alvo de críticas de ambientalistas.
Também durante cerimônia de início da terraplanagem da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), em Marabá, Lula reagiu a críticas dos que se opõem à construção da usina. Sem citar nomes, o presidente defendeu que o Brasil não precisa de palpites de estrangeiros.
"Nós precisamos mostrar ao mundo que ninguém mais do que nós quer cuidar da nossa floresta. Mas ela é nossa. E que gringo nenhum meta o nariz onde não é chamado, que nós saberemos cuidar da nossa floresta e saberemos cuidar do nosso desenvolvimento", protestou.
Citou indiretamente o cineasta norte-americano James Cameron ("Avatar"), que esteve no Brasil para manifestação pela não construção da usina.
"Certamente, eles (os manifestantes) ficaram encantados com o americano que veio aqui. Eles deveriam ir lá tirar o petróleo do Golfo do México (nos EUA), que está poluindo o oceano", ironizou.
Lula levou três ministros, deputados, o presidente da Eletrobrás e a governadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) para reforçar a necessidade de realização da usina, que tem investimento previsto em 20 bilhões de reais.
Reagindo aos protestos, Lula disse que falta informação a "meia dúzia de jovens bem-intencionados", relatando que fez campanha contra a construção da usina hidrelétrica de Itaipu.
Agora, classifica de fantasias as ameaças que acreditava pairarem sobre a usina localizada no Paraná.
"É por essas fantasias construídas que a gente não tem que ter medo de debater. É por essas fantasias construídas que nós precisamos dizer: o Estado do Pará e a região do Xingu não podem prescindir de Belo Monte, não tem como prescindir", disse.
O presidente afirmou que a construção levará em conta os aspectos ambientais.
"Ninguém vai permitir que o desenvolvimento do nosso Estado seja paralisado", disse a governadora Ana Julia Carepa.
Belo Monte, cuja obra vai inundar uma ampla área para a criação do lago, recebe críticas de ambientalistas, movimentos sociais e lideranças indígenas que cobram uma análise mais aprofundada dos impactos socioambientais.
A usina, que já tem consórcio constituído para sua construção, deve entrar em operação em 2015.
(Brasil Online, Reuters, 22/06/2010)