A imprensa do Uruguai disse que a Argentina desrespeitou um acordo de segurança nuclear ao não notificar a construção de uma planta sobre o rio Paraná, a 78 quilômetros do município de Nueva Palmira, próximo à fronteira bilateral.
O governo de José Mujica analisa agora os passos a seguir em razão do descumprimento, assinalou hoje o jornal El País, citando fontes oficiais.
Em um artigo em sua capa, a publicação denunciou a suposta omissão argentina na construção da Central Nuclear Atucha II, e lhe atribuiu um "certo paralelismo" invertido, ao relacionar o caso ao da fábrica de pasta de celulose UPM, ex-Botnia.
Localizada na margem uruguaia do Rio Uruguai, que divide ambos países, a indústria foi o centro de uma das maiores crises diplomáticas bilaterais recentes. Em abril, a Corte Internacional de Justiça decidiu que o país de Mujica havia desrespeitado um tratado sobre a região ao autorizar a instalação da empresa de maneira unilateral.
O tribunal, no entanto, refutou a acusação de que a fábrica poluísse o rio, motivo alegado por argentinos da cidade de Gualeguaychú para manter bloqueada uma ponte entre os territórios há mais de quatro anos.
No sábado, os ativistas levantaram o protesto, concedendo um prazo de 60 dias para que os governos dos dois países implementem medidas para controlar de maneira eficaz as atividades da UPM.
A Atucha II está localizada em Lima, a 115 quilômetros da capital Buenos Aires. A Convenção de Segurança Nuclear aprovada por Uruguai e Argentina prevê que os estados que tiverem instalações nucleares têm deveres e obrigações com os países vizinhos, que precisam ser informados.
(ANSA, 22/06/2010)