Menos de dez dias após lançar a pedra fundamental de sua nova fábrica em Santa Cruz do Sul, a Philip Morris Brasil (PMB) convida a imprensa para mais um ato – desta vez, um anúncio oficial, marcado para segunda-feira. Até lá, o conteúdo a ser divulgado é mantido em caráter altamente confidencial, mas a perspectiva de novidades já basta para aumentar o clima de ebulição junto ao setor fumageiro.
Segundo especialistas do setor, o momento tem sido favorável à chamada verticalização, processo onde as fabricantes de cigarro passam a realizar também o beneficiamento do fumo em folha. Um exemplo já clássico de companhia que atua desta forma é a Souza Cruz. A tendência atual pela busca desta verticalização foi confirmada no ano passado, quando a cigarreira japonesa JTI comprou as fumageiras Kannenberg e KBH&C, de Santa Cruz.
No último dia 10, após lançar a pedra fundamental da nova fábrica, o presidente da PMB, Amâncio Sampaio, se viu cercado por jornalistas com perguntas envolvendo o assunto. Elegante, Sampaio desconversou e disse que a Philip Morris cultiva uma boa relação de clientela com os fornecedores de tabaco, e que assim iria continuar. “Somos grandes clientes (das fumageiras) e esta é uma parceria vencedora”, disse, na ocasião.
O investimento da PMB com a nova fábrica é de R$ 113,5 milhões na obra e maquinário. O prédio ficará atrás da Unidade 2, no Distrito Industrial de Santa Cruz, e abrigará os equipamentos mais modernos da América Latina para a fabricação de cigarros. O objetivo do investimento, segundo informou Sampaio, não é aumentar a produção, mas reduzir os custos.
O convite para o novo anúncio chegou nesta sexta-feira, mas será necessário esperar que este fim de semana termine para saber dos detalhes. A equipe responsável pela divulgação disse que o conteúdo será mantido em absoluto sigilo. Revelou apenas que o anúncio será divulgado de forma global – em todas as unidades da empresa espalhadas pelo Mundo –, mas diz respeito ao Brasil.
(Gazeta do Sul, 20/06/2010)