Por ano, são cerca de 600 mil mortes. No mundo, apenas 5% da população são protegidos por legislação que coíbe tabagismo. Pesquisas também comprovam que fumantes vivem, em média, 15 anos menos que pessoas que não consomem a substância.
Quando o assunto é o vício do cigarro, os números se multiplicam de maneira acelerada e as estatísticas são alarmantes. Basta consultar um especialista para ser intimidado com uma enxurrada de informações. Segundo o oncologista clínico Hugo Nora, os estudos que comprovam os malefícios do tabagismo vão desde as substâncias utilizadas na fabricação até os altos custos gerados pelo tratamento de doenças provocadas pelo fumo.
Não é por menos que estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam a morte de uma pessoa a cada dez segundos motivada pelo consumo do tabaco no planeta. E os dados negativos não param nesse levantamento. A OMS ainda alerta para o fato de que um terço de todos os fumantes devem perder, em média, 15 anos de vida por causa das substâncias inaladas junto à fumaça.
Já no caso dos passivos, aqueles não-fumantes, mas que convivem com viciados, a situação não é menos sombria. De acordo com Nora, 600 mil integrantes desse grupo devem falecer anualmente no mundo. As crianças representam dois terços desse total.
Nos dois lados, uma dos principais causas para as mortes responde pelo nome de câncer. Conforme o oncologista, o cigarro aumenta em 20 vezes o risco de tumores no pulmão, em 13 vezes o de orofaringe e laringe e em sete o de esôfago. Além disso, ainda tem grande influência na ocorrência de neoplasias na bexiga, de colo uterino e de pâncreas.
Por tudo isso, Nora chama atenção para a cautela. “Precisamos prevenir ao máximo o tabagismo”, afirma. Paralelo às leis, discutidas intensamente no Brasil desde 2009, ele cita outras maneiras de minimizar esses efeitos. Um deles é elevação do preço, que, comprovadamente, diminui o consumo. O outro, a proibição da venda avulsa.
(Por Kelly Erdmann, O Correio do Povo, 19/06/2010)