O navio da Greenpeace, Esperanza, inicia hoje uma expedição de documentação nas águas do Oceano Árctico, a norte de Svalbard, como parte da expedição “Árctico sobre pressão”. A organização alerta que as alterações climáticas estão a permitir que cada vez mais frotas de pesca comecem a explorar esta área, anteriormente protegida pelo gelo. A expedição parte para a região ao mesmo tempo que os ministros do ambiente dos países do Conselho Árctico se reúnem na Gronelândia para discutir medidas de protecção para a região.
Até hoje o Oceano Árctico tem sido considerado um dos locais mais inóspitos do mundo, no entanto esta região começa agora a sofrer uma nova pressão por parte dos grandes arrastões industriais que procuram peixe de carne branca, como bacalhau e arinca.
Frida Bengtsson, da campanha dos oceanos da Greenpeace, encontra-se a bordo do navio Esperanza e explica que “as alterações climáticas estão a encorajar estes navios de pesca a invadir áreas que antes eram inalcançáveis, arriscando a destruição de habitats marinhos vulneráveis antes mesmo de termos oportunidade de os estudar”
A Greenpeace pede que esta área, que se encontrava protegida por uma camada de gelo durante todo o ano, seja interdita a todas as actividades industriais, incluindo a pesca destrutiva. Os governos devem agir agora para proteger esta região até hoje quase desconhecida, antes que a pesca industrial e as alterações climáticas se apoderem dela e destruam a vida marinha que nela habita.
Com o navio Esperanza, a Greenpeace vai documentar uma área gerida pela Noruega, na qual operam navios de pesca portugueses. Esta área é adjacente a uma das maiores pescarias do mundo, onde são pescadas aproximadamente 600.000 toneladas de bacalhau e 230.000 toneladas de arinca por ano.
Ao expor as actividades de pesca industriais que avançam para áreas dos oceanos do mundo até hoje inexploradas, a Greenpeace espera encorajar a protecção de um dos últimos refúgios de vida marinha da pesca industrial destrutiva, pressionando os países do Conselho Árctico a adoptar medidas imediatas que protejam este oceano, enquanto é desenhado um plano de gestão efectivo para estas águas.
Os navios que operam nesta zona usam equipamento de arrasto, reconhecido como altamente destructivo do fundo marinho. Este trabalho de documentação vai contribuir para aumentar o conhecimento científico desta região e oferecer ás entidades oficiais responsáveis pela gestão provas que sustentam a necessidade e urgência de aguçar as medidas de protecção do Oceano Árctico.
Os navios que operam nesta zona usam equipamento de arrasto, reconhecido como altamente destrutivo do fundo marinho. O trabalho de documentação vai contribuir para aumentar o conhecimento científico desta região e oferecer às entidades oficiais responsáveis pela gestão provas que sustentam a necessidade e urgência de aguçar as medidas de protecção do Oceano Árctico. Na primeira semana da expedição a norte de Svalbard, a equipa científica a bordo do Esperanza já comprovou que o fundo do Oceano Árctico brota literalmente com vida- estrelas do mar, ouriços do mar, anémonas, corais, esponjas e várias espécies de peixe e marisco como o bacalhau, a arinca, o peixe vermelho e camarão. A Iris Menn, a bordo do navio como bióloga marinha, maravilha-se: “Estamos a trazer luz a um ecossistema que até agora viveu na escuridão”.
Em resposta ás inúmeras ameaças que os oceanos enfrentam, incluindo a pesca excessiva e as alterações climáticas, a Greenpeace está a fazer campanha para que 40 por cento dos oceanos do mundo sejam declarados reservas marinhas e para que as actividades de pesca sejam cada vez mais sustentáveis, considerando estes os primeiros passos para garantir reservas de peixe saudáveis no futuro.
(Greenpeace Brasil, 18/06/2010)