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hidrelétrica de belo monte
2010-06-18 | Tatianaf

O governo assumiu o controle total do projeto de construir a hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA).  Valter Cardeal, diretor da Eletrobrás e pessoa de confiança da presidenciável Dilma Rousseff, e Adhemar Palocci, diretor da Eletronorte e irmão do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, negociam com fornecedores, construtores e sócios do consórcio responsável pela obra. 

Os homens do Planalto escolherão os fornecedores de equipamentos para usina, o que envolve contratos de R$ 6 bilhões, e as empreiteiras que irão construir a hidrelétrica, orçada pelo governo em R$ 16 bilhões.  Ao todo, Belo Monte custará cerca de R$ 25 bilhões.  Essas autoridades também articulam a formação decisiva do grupo de empresas, que vai explorar a hidrelétrica por 35 anos.

Ontem a Agência de Energia Elétrica (Aneel) assinou a homologação do leilão de Belo Monte.  Apesar de ter sido apresentada pelo Planalto como um projeto privado, ficando fora das regras de licitações de obras públicas, na prática, a hidrelétrica teve sua concessão entregue pelo governo a si próprio.

As oito empresas que venceram o leilão somente participam de encontros semanais para tomar conhecimento das decisões do governo.  Tais reuniões acontecem às quintas-feiras, sempre à tarde e sob comando de Cardeal e Palocci.  José Aílton Lima, diretor da Chesf e presidente do consórcio vencedor do leilão, também participa das discussões, mas é o que menos interfere nos rumos do projeto.  Os representantes das empresas Queiroz Galvão, Jmalucelli, Serveng, Contern, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, Cetenco e Gaia- outras integrantes do consórcio - apenas ouvem o resumo do que foi debatido durante a semana.

Essas companhias foram avisadas de que deveriam esquecer os arranjos e deixar tudo por conta da Eletrobrás.  Antes do leilão, os investidores já tinham pré-acordos com fornecedores de equipamentos para a usina.  Fontes do jornal O Estado de S. Paulo revelam que essa submissão ao governo, que até agora fazia parte do jogo, começou a incomodar.  Representantes das empresas têm se queixado de que Cardeal e Palocci escondem informações estratégicas.

Em relação a Belo Monte, outro objeto de polêmica é a definição de quem irá construir a terceira maior hidrelétrica do mundo.  As empresas do consórcio Norte Energia, quase todas da área de engenharia e construção, esperavam repartir entre si as imensas obras civis da usina.  Por contrato, elas têm preferência para trabalhar na obra, desde que ofereçam o melhor preço.  Porém, semanas atrás, Cardeal e Palocci falaram sobre a necessidade de se incluir ao menos uma grande empreiteira, "que venha a somar" na obra.

Camargo Corrêa e Odebrecht lideraram um consórcio para disputar Belo Monte, mas desistiram do leilão na reta final, alegando que o preço estabelecido para o empreendimento pelo governo, de R$ 19 bilhões, era inviável.  Para as construtoras, a obra custaria R$ 30 bilhões.  Os executivos ligados às empresas afirmam que foram procurados pela Eletrobrás e que já apresentaram uma proposta para participar da construção da hidrelétrica.

Mobilizações
O projeto da usina é criticado por ambientalistas, representantes de movimentos sociais e lideranças indígenas e, agora, divide índios dos Estados de Mato Grosso e Pará.  Durante uma reunião que aconteceu em Altamira (PA), durante os dias 4, 5 e 6 de junho, os ânimos dessas populações se exaltaram.

Das 11 etnias que participaram do encontro, sete se declaram a favor da obra: Xincrin do Bacajá, Assurini, Kararaô, Arawatê e Arara, dos territórios indígenas Larajal, Paracanã e Xipaia.

O cacique kaiapó Megaron Txcurramãe, sobrinho do cacique Raoni, disse, em entrevista ao Estado de S. Paulo, que a luta continuará, já que os indígenas favoráveis ao projeto são minoria.  Segundo ele, essas etnias já fecharam acordo com a Eletronorte e se posicionam a favor da construção da usina porque têm recebido combustível, cestas básicas e dinheiro para aplicação em projetos.

(O Estado de S. Paulo, Amazonia.org.br, 17/06/2010)


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