Autoridades e moradores das áreas atingidas se reuniram para avaliar prós e contras das obras
Duas hidrelétricas que serão construídas no Rio Uruguai, a Garabi e a Panambi geram dúvidas em moradores e líderes da região Noroeste. Em fase ainda de estudo, os empreendimentos entusiasmam pela possibilidade de criarem empregos, mas preocupam pelo risco de desalojamento de famílias e desaparecimento de localidades.
Ontem, o Clube Recreativo Visconde de Mauá, em Porto Mauá, ficou lotado por pessoas que queriam saber detalhes das obras, principalmente da usina Panambi, que deverá alagar metade da área urbana do município e mais 25% da área rural, conforme estudo extraoficial. A área central de Porto Mauá teria que ser reconstruída, incluindo prefeitura, escola, posto de saúde e residências, o que deixa os moradores apreensivos.
Prefeitos da região e das províncias de Misiones e Corrientes, na Argentina, além de moradores, discutiram a questão numa audiência pública. Um dos prefeitos que mantêm contato com o Ministério de Minas e Energia, Orlando Desconsi (PT), de Santa Rosa, adotou um discurso tranquilizador.
– Antigamente, iniciava-se uma barragem, e as pessoas nem eram indenizadas. Hoje, antes de iniciar a obra, tem de estar resolvida a negociação. É preciso ter cautela, evitar fofoca. Ninguém deve se apavorar – disse Desconsi.
Ele está mediando a ida de técnicos do Ministério e da Eletrobrás para esclareceram a população.
Os municípios afetados
O que mostra o levantamento extraoficial feito pela Associação dos Municípios da Grande Santa Rosa:
- Garabi: Garruchos, São Nicolau, Roque Gonzales, Pirapó e Porto Xavier
- Panambi: Alecrim, Porto Mauá, Tucunduva*, Tuparendi*, Novo Machado, Doutor Maurício Cardoso, Crissiumal, Tiradentes do Sul, Esperança do Sul e Derrubadas.
*Pelos lagos do rios Santa Rosa e Santo Cristo
(Por Silvana de Castro, Zero Hora, 18/06/2010)