Comissão terá 30 dias para reunir sugestões e levar o projeto em votação no prazo de 30 dias
Qualquer pessoa que passe pelo Centro de Santa Maria já deve ter se deparado com a quantidade de cães soltos pelo Calçadão. A cidade carece de uma política que trate da questão com a importância que merece. Parece que agora o município acena com a possibilidade de uma solução, ou ao menos, que minimize a grande concentração de animais largados por ruas e bairros da cidade.
O projeto do vereador Manoel Badke (DEM) estabelece que todos os animais domésticos – espécies canina, felina, de tração ou não – recebam, obrigatoriamente, identificação eletrônica individual e permanente. A identificação será feita através de um transponder (microchip) para uso animal, por um médico veterinário. A médica veterinária e representante do Clube Amigos dos Animais, Marlene Nascimento, diz ser favorável à iniciativa do vereador, e revela que ela realizou a microchipagem de 200 animais no município. “A iniciativa é válida, mas deve haver por parte do poder público fiscalização e penalidade para aqueles proprietários de animais inconsequentes”, dispara Marlene.
A divergência de Marlene com o Badke fica explicitada quando o tema é o Centro de Criação de Bem-estar Animal. Para a veterinária, a expressão é um “eufemismo” para atenuar a verdadeira intenção do governo municipal, que seria criar um Centro de Zoonoses. Marlene é contrária a criação de um local em que se “despeje” os animais encontrados nas vias públicas. A veterinária defende uma real fiscalização do controle populacional de cães e gatos no município. “Cogitamos a criação de uma Guarda Municipal Animal. A Guarda teria a participação de um fiscal da prefeitura que atuaria com associações que cuidam de animais, além de outros que tenham envolvimento direto com animais”. Ela ainda conta que entregou ao prefeito Cezar Schirmer um projeto para ser implantado em Santa Maria. “Temos um programa completo e condizente com a realidade do município”.
O vereador Manoel Badke esclarece que o Centro de Bem Estar Animal não fará o recolhimento de animais. A intenção é centralizar as informações existentes sobre os animais no município, que hoje são dispersas, de maneira que possam ser encontradas em um único órgão, no caso a secretaria de Proteção Animal. “É preciso centralizar e uniformizar as informações para acabarmos com o jogo de empurra-empurra entre os órgãos”. Sobre os animais que se encontram em ruas e bairros da cidade, Badke revela que os animais encontrados seriam castrados e microchipados. Para este último processo, o vereador cogita parcerias com clínicas veterinárias. Para minimizar o quadro de animais abandonados, Badke aposta no crontrole e no monitoramento de animais.
(A Razão, 17/06/2010)