A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável adiou, em razão de pedido de vista, a votação do relatório final do grupo de trabalho criado para diagnosticar as implicações do uso do amianto e seus efeitos sobre a saúde e o meio ambiente.
Com o pedido de vista conjunta dos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Fernando Marroni (PT-RS) e Ricardo Tripoli (PSDB-SP), o relatório deverá ser votado na próxima reunião ordinária da comissão, prevista para quarta-feira (23).
O relator do grupo e líder do Partido Verde, deputado Edson Duarte (PV-BA), apresentou parecer favorável à eliminação do amianto na cadeia produtiva brasileira. "Está evidenciado que o amianto não pode continuar transitando no País, não existe o uso controlado do produto. A única coisa que sustenta o uso aqui são os interesses das indústrias. Amianto zero é a única possibilidade de evitar as doenças provocadas pela fibra mineral", defendeu Duarte.
Contrários ao relatório
Representantes de trabalhadores da mina de amianto de Minaçu (GO) já estiveram na Câmara para pedir a rejeição do relatório.
O amianto é uma fibra encontrada em estado bruto na natureza. Por ser resistente a altas temperaturas, foi muito usado em pastilhas e lonas de freio, mas seu uso mais comum é em telhados. Ao ser manipulado, o amianto solta fibras no ar, que são absorvidas na respiração e provocam doenças como a asbestose e o câncer de pulmão. O amianto é proibido na maioria dos países da Europa desde os anos 90 e ainda é usado no Brasil em telhas, caixas d’água, tubulações, e outros produtos empregados na construção civil.
(Agência Câmara, 16/06/2010)