Índios prometem fechar a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Florianópolis nesta quarta-feira. O grupo — que ocupa a sede desde a manhã de segunda-feira — protesta contra a perda de benefícios na área da saúde provocada pela suspensão de um convênio com a ONG Rondon Brasil. Nesta manhã, os manifestantes já interromperam o trabalho de funcionários no local.
Mais de 200 indígenas estão na fundação, que fica no bairro Estreito. Eles já passaram duas noites no prédio, com consentimento do órgão federal.
Segundo Hyral Moreira, presidente do Conselho Distrital e representante de uma aldeia de Biguaçu, na Grande Florianópolis, as negociações não estão avançando da forma que a comunidade indígena gostaria.
Na terça-feira, o grupo enviou um pedido à presidência da Funasa, em Brasília, para que alguns itens básicos do convênio sejam retomados.
— Nos responderam que algumas coisas podem ser feitas, mas já estão nos enrolando há muito tempo. Então, enviamos um novo documento, pedindo que nos dêem uma resposta mais concreta, com datas e com o que, realmente, irão fazer — diz Hyral.
A parceira entre a ONG e a Funasa previa, entre outras coisas, benefícios como compra de medicamentos, uso de carros funerários e o deslocamento de pacientes para unidades de saúde.
Por volta das 11h, os índios se reuniram com a coordenação da Funasa em Florianópolis. No encontro, a diretoria se comprometeu em protocolar um documento para resolver, pelo menos, o problema do transporte. A coordenação pretende colocar carros oficiais e motoristas da Funasa para fazer o deslocamento de pacientes.
(Diário Catarinense, 16/06/2010)