O governo brasileiro decidiu revisar o acordo de compra de ativos petrolíferos pela BP (British Petroleum) em águas profundas, anunciado no último dia 11 de março, seis semanas da catástrofe ecológica no golfo do México.
De acordo com o "The Times", a ANP (Agência Nacional do Petróleo), que supervisiona a segurança na indústria petrolífera do país, está revisando o negócio entre a BP e a Devon Energy. Segundo fontes da ANP disseram ao "The Times" o acordo ainda está sendo avaliado e ainda não tinha sido tomada nenhuma decisão a respeito de sua aprovação.
A diretora da ANP, Magda Chambriard, e o responsável de temas de segurança, Raphael Moura, viajarão para Houston (Estados Unidos) na próxima semana para realizar conversas com representantes da BP a respeito do acidente da plataforma Deepwater Horizon.
A BP admitiu ontem que o governo brasileiro ainda não tinha aprovado o negócio, mas um porta-voz insistiu em que não havia nenhuma indicação de que não iria continuar.
Tony Thornton, porta-voz da Devon Energy, em Oklahoma City, disse que o cancelamento do negócio é possível, mas acrescentou: "Nós não vamos antecipá-lo."
De acordo com o "The Times", a notícia sobre a revisão dos acordos com a Devon Energy é o primeira sinal de que os problemas da BP no golfo do México estão começando a impactar a atividade global da empresa.
Em março, a BP assinou com o grupo americano Devon a compra de uma série de ativos em águas profundas no golfo do México, Azerbaijão e nas bacias de Campos e Camamu-Almada no Brasil, que estão em profundidades de até 2.780 metros, assim como duas formas para a exploração em terra na bacia do Parnaíba.
Até agora só foi aprovada uma parte do acordo, relativa aos ativos do golfo do México.
(Efe, Folha.com, 16/06/2010)