Ainda dentro das celebrações ao Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, o Paraguai - como vários países da América Latina - enfrenta vários problemas para erradicar o trabalho infantil, segundo determinação da Organização Internacional do Trabalho. De acordo com dados divulgados pela Comissão Nacional para a Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Trabalho dos (as) adolescentes (Conaeti), existem cerca de 280 mil crianças e adolescentes que são exploradas em algum tipo de atividade laboral.
Mais da metade deste total corresponde a menores envolvidos em trabalhos perigosos, como os forçados, de servidão e até prostituição e pornografia. Estas são algumas das consideradas "piores formas de trabalho infantil".
Segundo a Conaeti, que é formada por diversos setores, governos e instituições, a causa fundamental para a existência do trabalho infantil é a situação de pobreza que acomete milhares de famílias ao redor do mundo. O flagelo destas famílias chega a tal ponto de a subsistência delas depender do ingresso de seus filhos, ainda crianças ou adolescentes, no mundo do trabalho. "Sabemos que quanto mais trabalho infantil, maior o não comparecimento escolar e o desenvolvimento integral da infância", ressalta a Comissão.
Para reduzir significativamente o trabalho infantil - enfatiza a Comissão - deve-se "lutar decididamente contra a pobreza. São necessários programas específicos para as famílias, acesso ao trabalho decente para os adultos e assegurar que as crianças, por debaixo da idade mínima de admissão ao emprego, recebam educação de qualidade".
O permanente quadro de exploração do trabalho infanto-juvenil persiste no mundo inteiro, embora diversas organizações da sociedade civil e governos tentem conter essa prática. Como fortalecimento desta luta é que desde 2002, o dia 12 de junho foi escolhido para celebrar o Dia Mundial de combate ao Trabalho Infantil.
De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), só na América Latina e Caribe, existem mais de 14 milhões de crianças e adolescentes trabalhando. Deste total, cerca de 4 milhões se encontram na faixa etária de 15 à 17 anos, e outros dez milhões, ou seja, a grande maioria, têm entre 5 e 14 anos de idade. Um estudo realizado pela entidade, chamado "Aumentar a luta contra o trabalho infantil", revelou que uma em cada dez crianças, exerce algum tipo de atividade no continente latino-americano e caribenho.
(Por Tatiana Félix, Adital, 15/06/2010)