A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que interditou mais de 800 mil litros de agrotóxicos na fábrica da empresa alemã Basf, em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, na terça-feira (9/6).
Segundo a Anvisa, a interdição ocorreu porque, durante fiscalização realizada na última sexta-feira, foram encontradas várias irregularidades, como uso de substâncias com prazo de validade vencido ou sem data de fabricação ou validade.
Além disso, a agência de vigilância comunicou, em nota, que a Basf não conseguiu comprovar o controle de qualidade, nem a rastreabilidade das pré-misturas usadas na fabricação dos agrotóxicos.
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"Verificamos que a data de fabricação das pré-misturas utilizadas na elaboração do produto acabado eram mais recentes que as do produto final", afirmou o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares, por meio do comunicado.
O agrotóxico Opera, usado nas culturas de amendoim, aveia, banana, café, cevada, milho, soja e trigo, e o mais vendido pela empresa, está entre os produtos interditados. A fiscalização da Anvisa na fábrica de Guaratinguetá foi feita em três dias e também encontrou 2 mil litros de substâncias desconhecidas nos lotes de agrotóxicos.
De acordo com o diretor da Anvisa, a empresa alemã tentou dificultar o trabalho dos fiscais, apagando as luzes, parando as máquinas e se negando a assinar alguns documentos. A operação teve o apoio da Polícia Federal em Cruzeiro e da Vigilância Sanitária de Guaratinguetá.
"Agrotóxicos são produtos com alto risco para a saúde e o meio ambiente", disse Álvares. Por isso, problemas na produção de agrotóxicos aumentam significativamente as chances do desenvolvimento de diversos agravos à saúde, como câncer e toxicidade reprodutiva em trabalhadores rurais e consumidores, acrescentou.
Com a interdição, a empresa tem cinco dias úteis para apresentar a contraprova. Caso confirmadas as infrações, as multas a serem aplicada podem chegar até R$ 1,5 milhão. Se as irregularidades forem classificadas como crime, além dos procedimentos administrativos, os dados serão encaminhados à Polícia Federal e ao Ministério Público.
(Agência Brasil, MST, 15/06/2010)