Facilmente encontrados no lixo doméstico, garrafas pet e jornais viraram materiais preciosos nas mãos dos alunos do Projeto Amigos da Água, desenvolvido pelo Laboratório de Educação Ambiental (LEA) da Comusa - Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo. Com a orientação dos educadores ambientais do laboratório, os estudantes da rede pública de ensino do município retiraram de circulação dezenas de garrafas pet consideradas inutilizáveis e que, em alguns casos, acabam obstruindo a rede de esgoto ou indo parar no Rio dos Sinos.

Como alternativa para amenizar o impacto desses materiais no meio ambiente, as crianças com idade entre 10 e 14 anos criam bancos, descanso de pé, colchonetes e malabares circenses com o lixo.

Para confeccionar o descanso de pé e o banco, por exemplo, os estudantes precisaram apenas de 32 garrafas pet e fita adesiva. Colocadas lado a lado, os materiais formam uma sólida estrutura, capaz de suportar o peso de um adulto de 70 quilos e um metro e oitenta de estatura. "Diariamente são descartadas dezenas de garrafas. Esta é uma alternativa barata e fácil", explica o encarregado pelo LEA, Alexandre Carboni.

As atividades do projeto Amigos da Água ocorrem todas as segundas-feiras na Unidade de Referência de Assistência Social (URAS), Monteiro Lobato, no bairro Canudos, e as terças-feiras, no Amigos da Criança, no bairro Santo Afonso. Nestes espaços, os estudantes recebem aulas teóricas e práticas relacionadas ao meio ambiente e os cuidados essenciais necessários que a sociedade precisa ter com a água.

Com apenas duas folhas de jornal e 30 centímetros de fita adesiva, os alunos da URAS Monteiro Lobato, confeccionam bolas de papel para a prática de malabarismo. Na oficina de malabares recicláveis, os educadores ambientais do LEA mostraram aos alunos que os materiais encontrados no lixo podem se transformar em peças úteis, basta usar a criatividade.

Outra solução encontrada para os jornais foi a montagem de um colchonete. Com dezenas de jornais amassados os estudantes criaram um colchão alternativo que
pode ser usado em viagens de curta duração, como acampamentos. "É interessante ver que o lixo pode ser transformado. Gostei de ver o colchão, quanto mais jornal ele tiver, mais macio ele fica", observa o estudante do 7º ano do Colégio Estadual Wolfran Metzler, Cristian Augustin, 13 anos.

(Jornal VS, 15/06/2010)