Foi o tempo que a questão ambiental era rotulada de discurso “ecochato”, hoje é crescente entre os legisladores das prefeituras do Brasil a necessidade de se pensar em maneiras sustentáveis e viáveis de fazer com que haja crescimento sem agressão ao meio ambiente. Uma cena comum pelas ruas de Santa Maria são os catadores dentro de contêineres que buscam nos materiais reciclados sua renda.
Mas esta condição, ao que tudo indica, deverá ser outra “muito em breve”, conforme o secretário de Proteção Ambiental, Luiz Alberto Carvalho. A intenção do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) é profissionalizar a reciclagem do lixo de Santa Maria. Para isso, a prefeitura espera com a abertura de edital para o mês de agosto – quando ocorrerá um novo processo licitatório para a contratação da empresa que irá gerenciar o lixo da cidade – projetar um novo sistema de coleta de lixo que contemple questões mais problemáticas como a coleta do lixo domiciliar. Outra medida prevista pelo governo peemedebista é a criação de associações que congreguem os catadores do município que passarão a trabalhar em forma de cooperativa.
Nesta nova empreitada do Executivo, o secretário Luiz Alberto Carvalho revela que será montada uma ampla ação com a utilização de campanhas informativas e institucionais, que possam instruir os santa-marienses para que saibam como proceder, neste novo modelo que deverá ser implantado no município. “O objetivo é instruir de maneira com que cada cidadão saiba o que deve separar e a quem deverá entregar o seu lixo. Assim, teremos condições reais de reaproveitar os resíduos de uma maneira sustentável e viável”, projeta o secretário Carvalho, que tem formação em engenharia florestal e conhecimento na área. De acordo com o secretário a nova licitação terá duração de 60 meses e ainda prevê o aumento do número de contêineres, além da manutenção dos contêineres já existentes.
O secretário segue em compromisso em Brasília até quinta-feira, onde busca na capital federal recursos da União, para a realização de um estudo para Santa Maria que possibilite viabilizar um mapeamento da situação de resíduos de lixo. O estudo visa propiciar um melhor gerenciamento do lixo produzido em Santa Maria, obedecendo uma exigência federal. O secretário, que ainda preside a Câmara Intersetorial do Meio Ambiente do Consórcio Intermunicipal da Região Centro revela que a busca de recursos ainda pode ser estendida para que outros municípios possam desenvolver este estudo em suas cidades.
Avaliação da Revita – Sobre a situação atual do recolhimento, tratamento e destinação do lixo em Santa Maria, o secretário Luiz Alberto revela que a Revita tem atuado de maneira satisfatória. Carvalho destaca que durante os seis meses de atuação da Revita, a empresa conseguiu regularizar a prestação da coleta de lixo no município. O secretário lembra que a falta de periodicidade na coleta de lixo, bem como as péssimas condições dos contêineres, e os atos de vandalismo contra os contêineres foram contempladas “a contento”. Carvalho justifica que, por vezes, a “sensação negativa” dos santa-marienses na condução dos serviços prestados pela Revita é fruto de ações equivocadas e errôneas por parte de alguns catadores que não saberiam realizar suas atividades de maneira correta.
Vínculo permanente – O superintendente da Revita no município, Leomir Girondi, não descarta a possibilidade da empresa participar do novo processo licitatório que será realizado no mês de agosto. “Vamos espera para analisar o conteúdo do edital, após isso veremos a viabilidade de participar ou não”, pondera Girondi. Ele ainda destaca que a empresa conseguiu atuar de maneira positiva nas questões mais pontuais do contrato firmado com a prefeitura.
Girondi defende que a Revita normalizou o horário de recolhimento do lixo. O aterro em que o lixo produzido no município foi comprado pela Revita da antiga prestadora da coleta de lixo em Santa Maria, a PRT, em agosto do ano passado. A empresa vencedora do novo processo licitatório em agosto terá de pagar para a Revita para poder utilizar o aterro da empresa paulista. Até porque o aterro mais próximo daqui está localizado no município de Minas do Leão, na BR-290. Para poder conta das mais de 4 toneladas de lixo produzidas por mês no município, a Revita dispõem de 11 caminhões – 2 são para a coleta conteineirizada, oito para a tradicional, e um caminhão percorre 400 pontos da cidade por onde é realizada a coleta seletiva. Aqueles que queiram ter sua rua ou bairro contemplado pela coleta seletiva devem ligar para a Linha Verde (3921-7151).
(A Razão, 14/06/2010)