(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
jurong estudo de impacto de vizinhança
2010-06-15 | Tatianaf

Os ambientalistas do norte do Estado estão reclamando da falta de estudos e definições sobre a instalação do estaleiro da Jurong, em Aracruz, norte do Estado. Segundo eles, conforme prevê a legislação, para o licenciamento do emrpeendimento, deveria ter sido realizado um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) para garantir a qualidade de vida na região.

Conforme o art.37 da Lei Federal Nº 10.257/01, o EIV visa a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento à qualidade de vida da população residente na área e deve ser feito junto ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA), mas neste caso isso não ocorreu, segundo a Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema).

O documento, segundo a ONG, não consta no processo de licenciamento da Jurong, cuja licença prévia já foi emitida pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Sem isso, alertam os ambientalistas, está cada vez mais difícil garantir infraestrutura para receber os cinco mil trabalhadores previstos para chegar à região.

O estudo, que é previsto inclusive pelo poder público local, através do Plano Diretor Municipal (PDM) de Aracruz, tem o poder, inclusive, de avaliar se o empreendimento é passível ou não de instalação.

As diretrizes do EIV estabelecem que o estudo analisa no mínimo as seguintes questões: adensamento populacional; equipamentos urbanos e comunitários; uso e ocupação do solo; valorização imobiliária; geração de tráfego e demanda por transporte público; ventilação e iluminação; paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

Tais medidas, segundo a comunidade, seriam válidas no momento atual, quando nem empresa nem poder público informam o que vem sendo feito para estruturar a região. Além disso, o estudo tem o poder de desonerar estado e município dos custos da infraestrutura.

“Quando as empresas, especialmente a Jurong, dizem que problema de estradas, saúde , educação e segurança são responsabilidade de estado e município estão procedendo de forma ilegal. Este estudo precede o licenciamento ambiental e torna o empreendimento passível de suspensão ou nulidade”, afirmou o ambientalista Mario Camilo, da Acapema.

A legislação Federal diz que o EIV não substitui a elaboração e aprovação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Mas, com tais dispositivos aplicados na prática, seria possível evitar a falta de informações e de estruturas enfrentadas por moradores, conforme denunciam as associações de bairros da região. A informação é que até os postos de saúde do município estão em situação precária, sem qualquer possibilidade de dar assistência aos cinco mil trabalhadores que se instalarão na região.

Além do EIV, a lei municipal de Aracruz prevê ainda um Estudo de Impacto Urbano que abrange estudos sobre o sistema viário urbano e de transporte, que, segundo os moradores, não foi apresentado à comunidade.

Em Barra do Riacho, onde a Jurong pretende se instalar, os pescadores afirmam que nem o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) nem a empresa se manifestam sobre os questionamentos da comunidade. Segundo eles, os técnicos do órgão que estiveram na região demonstraram que o empreendimento traria impactos ao meio ambiente e ao modo de vida da comunidade, mas mesmo assim o projeto foi aprovado pelo órgão.

Na prática, o estaleiro da Jurong possui Licença Prévia do Iema para se instalar na região. Mas, conforme denunciado pelas ONGs, tanto o laudo técnico do órgão quanto os alertas da sociedade e de ambientalistas foram ignorados para a emissão da licença.

Estaleiro
O estaleiro da Jurong tem sua implantação prevista para ocorrer em litoral rochoso constituído por concreções limoníticas (formações de arenitos), manguezais marítimos (manguinhos) e estuários com grandes extensões de manguezais preservados. É ainda local de reprodução de espécies raras e endêmicas (que só existem naquela região), área de distribuição e reprodução de espécies ameaçadas (cetáceos e quelônios) e situs geográfico de transição zoológica, botânica e geográfica de tropical para subtropical.

Na região, são registradas ocorrências de correntes ciclônicas de ressurgência, que, associadas à elevada biomassa de organismos plantônicos, cria condições especiais para reprodução da fauna, o que recebe o nome de Giro de Vitória.

Abriga bancos de algas calcárias e laminaria especiais, com flora considerada um ponto de alta diversidade, quando comparada com outros locais do litoral brasileiro, como Abrolhos. As entidades destacaram que, de todos estes situs no País, o mais importante é o do Espírito Santo, localizado entre Guarapari e São Mateus, sendo o de Aracruz o mais representativo.

Tamanha relevância ambiental fez com que há anos se iniciasse um debate sobre a necessidade de ser criada na região a Área de Proteção Ambiental (APA) das Algas e ainda o Refúgio de Vida Silvestre (Rebio) de Santa Cruz.

Entretanto, a criação das unidades vem sendo utilizada como moeda de troca entre governo e empresa para a efetivação do empreendimento sem o conhecimento das dezenas de ONGs propositoras do projeto de criação destas áreas.

(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 14/06/2010)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -