Os usuários da Estação Mercado do Trensurb foram surpreendidos, na última semana, por uma exposição de painéis com imagens da devastação da Floresta Amazônica. A iniciativa é dos ativistas do Greenpeace, que pretendem chamar a atenção da importância de preservar a floresta tropical - que ocupa territórios de Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa - e a sua influência para o clima. "A Amazônia alimenta o regime de chuvas da América Latina", destaca o ativista Rafael Cruz.
Entre as imagens expostas, as que mais chamaram a atenção dos usuários do trem eram a de uma castanheira em chamas e a da mortandade de peixes provocada pela seca do rio Manaquiri. No entanto, foi uma área de desmatamento, perto de Santarém (PA), que surpreendeu especialmente os passageiros do trem. O espaço desmatado, visto do alto, forma um clarão com o traçado de um coração. "São fotografias tão lindas e, ao mesmo tempo, tão trágicas", comentou a secretária Marli Terterola.
Para Marli, somente por meio de denúncias públicas a sociedade poderá ter a verdadeira dimensão do problema. "Apesar de nossa floresta ser tão linda, está muito machucada", comentou. Rafael Cruz afirmou que a intenção é conclamar os brasileiros a participar dos debates que envolvem as mudanças projetadas no Código Florestal - legislação que protege as matas brasileiras desde 1934. "Buscamos, com essa atividade, alertar e engajar a população brasileira contra as alterações previstas. Defendemos um debate que parta do princípio de acabar com o desmatamento, a fim de garantir um futuro justo e saudável para as próximas gerações", frisou.
O chefe do Setor de Relações Comunitárias da Trensurb, Cláudio Carvalho Teixeira, disse que as atividades do Greenpeace estão vinculadas ao mapa estratégico da empresa. "Através da nossa responsabilidade socioambiental, buscamos promover e apoiar ações em defesa da conservação, recuperação e do manejo do meio ambiente", sintetizou.
O Mato Grosso foi o estado que registrou o maior desmatamento na Amazônia entre os meses de março e abril, totalizando 76,4 quilômetros quadrados. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará ocupa a segunda colocação, com 17,7 quilômetros quadrados de área desmatada.
(Correio do Povo, 14/06/2010)