Segundo o jornal britânico "Sunday Times", representantes de São Cristóvão e Nevis, Granada, Ilhas Marshall, Kiribati, Guiné e Costa do Marfim admitiram receber dinheiro do governo japonês para se posicionar a favor da caça comercial de baleias. Até prostitutas seriam pagas pelo governo japonês.
Repórteres do jornal se passaram por representantes de um bilionário suíço entusiasta da causa ambiental. Eles abordaram os representantes desses pequenos países e ofereceram dinheiro para que eles mudassem de posição. Durante as negociações, eles revelaram o apoio financeiro japonês.
O representante de Guiné disse que Tóquio oferece um "mínimo" de US$ 1.000 por dia para que ele gaste com o que quiser durante os encontros da Comissão Internacional da Baleia (a CIB) e outros eventos similares. O representante das ilhas Marshall disse: "Nós apoiamos o Japão por causa do que eles nos dão".
Já o representante da Tanzânia na CIB disse que "boas garotas" estavam disponíveis para os negociadores desses países durante viagens com tudo pago para o Japão. O governo japonês nega.
No fim de junho, representantes do mundo inteiro vão se encontrar em Marrocos para uma nova reunião da CIB. Lá, será discutida a proposta do chileno Cristián Maquieira, presidente da comissão, que prevê que a captura de baleias seja liberada por dez anos e estabelece uma quota de captura global de algumas centenas de exemplares por ano.
O Japão ganharia uma quota de 400 baleias minke ao ano na Antártida, que se reduziria a 200 após cinco anos. Hoje, o oceano Austral é oficialmente um santuário de baleias, mas o Japão se permite caçar 900 animais ao ano ali.
(Folha.com., 12/06/2010)