A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou sexta-feira, 11, o resultado do Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre 21 e 28 de maio. Os resultados mostram que houve elevação dos índices de infestação predial (IIP) em comparação aos registrados em janeiro deste ano. Em janeiro, o IIP médio foi de 2%, e em maio é de 2,9 %. Essa condição é considerada de médio risco pelo Ministério da Saúde, e uma indicação de maior risco de ocorrência da doença na cidade.
Dos 78 bairros amostrados, foram encontradas larvas do mosquito vetor da dengue em 73 deles (93,5%). Este resultado indica a distribuição ampliada do Aedes aegypti em Porto Alegre. Apenas cinco bairros na Zona Sul (Guarujá, Serraria, Hípica, Chapéu do Sol, Ponta Grossa) não apresentaram registro do mosquito. Outro ponto levantado é que em 64 bairros o Índice de Infestação Predial foi igual ou superior a 1% (meta de controle recomendada pelo Ministério da Saúde). Desses, em oito bairros foram registrados IIP superiores a 3,9%, condição considerada de alto risco. O IIP variou de 0,6% a 8,9%. Segundo os critérios do Ministério da Saúde, os índices de infestação predial inferiores até 1% configuram situação de baixo risco, entre 1% e 3,9%, médio risco e acima de 3,9%, alto risco.
O trabalho visitou 8.605 imóveis, encontrando larvas de Aedes aegypti em 249. Nesses imóveis foram identificados 289 criadouros. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Carlos Henrique Casartelli, a Vigilância em Saúde constatou uma expressiva elevação dos índices, com 50 bairros em situação de médio risco, 14 bairros acima de 3,9%, o que é uma condição de alto risco: Passo d´Areia, Higienópolis, Vila Ipiranga, Passo das Pedras, Jardim Itu-Sabará, Três Figueiras, Chácara das Pedras, Vila Jardim, Boa Vista, Jardim Carvalho, Agronomia, Santa Teresa, São José e Lomba do Pinheiro.
Criadouros - Casartelli destaca ainda que os agentes comprovaram que os criadouros preferenciais do mosquito Aedes aegypti são os recipientes pequenos e móveis (Vasos, potes, garrafas, pequenos recipientes móveis em geral), representando 68% do total de locais com larvas.
Em relação aos resultados obtidos em janeiro, ocorreu uma elevação em vários bairros. Nos bairros Três Figueiras, Chácara das Pedras, Boa Vista e Vila Jardim foram registrados o maior IIP deste levantamento – 8,9%. O secretário lembrou que no trabalho anterior esses bairros apresentavam um baixo risco. "Por isso, ressaltamos a importância do controle contínuo e permanente dos criadouros do vetor. O grande número de pessoas que recusam à visita do Agente de Combate a Endemias nos bairros de maior condição sócio-econômica, pode aumentar o risco da doença nesses locais", finalizou.
Liraa - O Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) é a metodologia recomendada pelo Ministério da Saúde para a determinação do Índice de Infestação Predial (IIP) do mosquito vetor da dengue. Por meio da amostragem de imóveis do município, pode-se realizar um rápido diagnóstico da situação de presença do mosquito vetor na cidade. Em Porto Alegre, a metodologia tem sido empregada desde 2003.
(Prefeitura de Porto Alegre, 12/06/2010)