O governo argentino apresentará até segunda-feira um decreto para que a Justiça da cidade de Concepción del Uruguay aceite a denúncia contra os manifestantes que bloqueiam a ponte binacional que liga a localidade de Gualeguaychú a Fray Bentos, no Uruguai.
O decreto, que já foi firmado pela presidente Cristina Kirchner, autoriza o procurador-geral Joaquín Da Rocha a se apresentar como denunciante no processo do bloqueio da ponte General San Martín, mobilização iniciada há mais de quatro anos para protestar contra a fábrica de pasta de celulose UPM (ex-Botnia), considerada poluente pelos ativistas.
A decisão de retirar os manifestantes do local foi tomada recentemente, após a Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia, ter anunciado o seu parecer sobre o caso.
No último mês de abril, em seu veredicto sobre a ação apresentada pela Argentina, o tribunal -- embora tenha acatado a posição do governo de Cristina Kirchner -- informou que a empresa não polui a região, o que acabaria com os protestos.
Para o ministro da Justiça, Julio Alak, com essa posição, a manifestação torna-se uma "atitude teimosa", já que "não restam desculpas para manter bloqueada uma ponte que nos une a um país irmão".
Por sua vez, o presidente do Uruguai, José Mujica, cujo país é fortemente afetado pela medida dos manifestantes, afirmou à revista Búsqueda que "já julgou o que teria que julgar, e agora espero sentado", colocando a Argentina como responsável pela resolução do conflito.
(Ansa, O Repórter, 12/06/2010)