A cada ano os produtores têm confirmado que investir em floresta é um excelente negócio. Alternativa de diversificação, a atividade oferece vantagens para os pequenos produtores, com juros baixos para financiamento e garantia de bons preços e mercado, já que é cada vez maior a procura por produtos florestais. Além disso, o reflorestamento ajuda a conservar as florestas nativas remanescentes e contribui para o equilíbrio do meio ambiente.
Para quem deseja começar na atividade, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em parceria com o Banco do Brasil, disponibiliza desde 2003 o Pronaf Florestal, uma linha de crédito especial do governo federal para a implantação e condução de florestas. Por meio dessa modalidade, o produtor consegue financiar projetos para fins comerciais e ambientais. Conforme o técnico em agropecuária da Afubra, Cleiton Calheiro, a única exigência é que o projeto tenha, no mínimo, três espécies florestais.
Todos os agricultores familiares enquadrados no Pronaf podem se habilitar à linha de crédito, cujo recurso máximo disponível é de R$ 7 mil por beneficiário. “O valor é independente dos limites definidos para outros investimentos ao amparo Pronaf”, explica. O prazo de pagamento é de até 12 anos, com carência de até oito. Cada espécie florestal terá carências e prazos de pagamentos conforme a idade em que será colhida.
Os interessados podem procurar a Afubra para preencher a ficha de inscrição e encaminhar a proposta ao Banco do Brasil para avaliação. Para solicitar o benefício do Pronaf Florestal, a documentação exigida é carta de aptidão – fornecida pelos sindicatos e MPA –; cópia do CPF e carteira de identidade; cópia da capa do Bloco de Produtor e cópia da escritura da propriedade. Quem não for proprietário da terra deverá apresentar documento de arrendamento, com validade mínima de 12 anos e área igual ou superior à pretendida no projeto.
IMPORTANTE
No ano agrícola de 2009, a Afubra encaminhou 56 projetos ao Pronaf Florestal. No atual período, já são 50 propostas. Os municípios que mais procuram a linha de crédito são Santa Cruz do Sul, Sinimbu e Vera Cruz. Conforme Calheiro, as espécies mais usadas são eucalipto, acácia, pinus, cinamomo, cedro australiano e bracatinga. Ele ainda explica que a maioria dos produtores aposta nas florestas para o consumo na propriedade, como lenha e mourões para cerca. “Muitos também investem no manejo para serraria”, diz.
Para o técnico em agropecuária, o programa representa uma ótima alternativa, principalmente porque tem mercado garantido para os investidores. Além disso, o produtor não desembolsa nada inicialmente e tem a chance de pagar o investimento com a própria colheita no futuro. Ele ainda lembra que em 2010 os produtores têm somente até o próximo dia 20 para encaminhar seus projetos, pois em julho muda o ano agrícola e pode haver alterações nas linhas de crédito.
(Gazeta do Sul, 09/06/2010)