Considerada uma das três unidades mais ambientalmente eficientes da General Motors no mundo, a fábrica de Gravataí deve se tornar até 2012 a primeira da América do Sul com 100% de reciclagem de resíduos. A meta foi acoplada ao projeto de ampliação da planta, com investimento de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 544 milhões financiados pelo Banrisul e Brde, com recursos do Bndes. A largada no empreendimento será dada a partir das 10h30min de hoje na sede do complexo, em evento com a presença da direção da companhia no Brasil e América do Sul e autoridades estaduais.
O parque industrial, às margens da BR-290 (Freeway), recebeu ontem os últimos retoques, com pintura de acessos. A expectativa repete o clima da inauguração em 2000. O investimento, o maior da GM no País para 2009 a 2012, elevará a capacidade de produção das atuais 230 mil unidades para 380 mil carros, alta de 65%. Diariamente, são produzidos hoje 900 veículos. A segunda ampliação em dez anos de história de fabricação de automóveis da multinacional americana no Estado, que se completa em julho, será dedicada à produção de uma nova família de carros, do projeto Ônix, mantido em segredo pela companhia.
Segundo o gerente de facilidades, infraestrutura, utilidades e meio ambiente da planta gaúcha, Rocelito Andrade, explica que a nova fase impõe desafio de assegurar aproveitamento de todos os resíduos. O que implicará em acabar com 600 toneladas anuais. A taxa de aproveitamento atual está bem próxima da integral. Andrade garante que 97,5% do lixo é reciclado. Reduzir uso de embalagens no transporte de peças e dar destino sustentável a materiais como isopor estão no foco da equipe do gerente. Segundo ele, apenas três plantas da GM no mundo têm esta condição. "Além de ampliar a produção e gerar empregos, vamos também melhorar nossos índices ambientais."
A implantação do novo investimento, que deve levar ao mercado os primeiros carros em 2012, se estenderá por uma área construída de 74 quilômetros quadrados. A operação atual ocupa 216 quilômetros quadrados. A ampliação "inchará" a atual estrutura, conforme técnicos envolvidos no projeto. Isso significa que as áreas destinadas à montagem dos novos modelos serão acopladas às instalações existentes. As demais seções da fábrica crescerão ao menos 30%. O complexo industrial da GM, que inclui os chamados sistemistas ocupa 360 hectares. Na largada das obras, Andrade comandará mais de 800 trabalhadores que instalarão por um ano toda a infraestrutura para rede elétrica, de gás e de água.
Governo alemão deve rejeitar pedido de ajuda
Os planos da General Motors para recuperar suas operações na Europa podem ser prejudicados. O governo da Alemanha deu sinais de que vai rejeitar o pedido de 1,1 bilhão de euros em ajuda estatal feito pela montadora, afirmando que a companhia possui dinheiro suficiente para financiar a reestruturação por si só. A decisão final do governo da Alemanha é esperada para hoje, mas a recomendação de um conselho diretivo governamental deve ser endossada.
A rejeição proposta não será surpresa para a GM, depois de meses de relações tensas provocadas pela decisão da montadora de desistir da venda de suas operações europeias, no final do ano passado, em um negócio que era apoiado pelo governo alemão. A principal unidade da GM na Europa agora poderia enfrentar cortes maiores como resultado daquela decisão.
De acordo com a recomendação do conselho, o pedido da GM não atende aos requisitos para o apoio estatal. "A GM possui recursos financeiros suficientes para financiar a reestruturação de sua divisão europeia por si só", diz o documento. "Depois do pagamento integral dos empréstimos dos governos dos EUA e do Canadá, a liquidez livre da GM é estimada em cerca de 10 bilhões de euros", afirma o texto.
(Por Patrícia Comunello, JC-RS, 09/06/2010)