Ruppenthal pegou 30 anos de prisão por 50 crimes ambientais, mas a pena foi reduzida para sete anos
O promotor Paulo Vieira fez hoje, durante evento sobre Meio Ambiente em Porto Alegre, um balanço do caso da mortandade de 86 toneladas de peixes ocorrida em 2006, no Rio do Sinos. Ele subiu ao palco na sede do Ministério Público Estadual para dar detalhes sobre a atuação da promotoria nas investigações e na apresentação das denúncias. Para surpresa de todos, na plateia estava o homem considerado pela Justiça como o responsável pelo desastre ambiental, o engenheiro químico Luiz Ruppenthal.
O último encontro dos dois foi há dois anos. Em liberdade graças a um habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal (STF), Ruppenthal assistia a palestra na oitava fila do auditório. O ex-secretário executivo da Utresa foi condenado a 30 anos de prisão por 50 crimes ambientais. Em função de um recurso, a pena foi reduzida para sete anos.
Ruppenthal se defende da acusação de que a Utresa seria responsável pela mortandade de peixes no Rio do Sinos. Para ele, a baixa vazão do manancial somada ao lançamento de efluentes cloacais não tratados é que mataram os peixes. Ele se diz vítima.
Na ação penal em que foi condenado, Ruppenthal apresentou recursos aos tribunais superiores. A outra deve ser julgada em primeiro grau em alguns meses.
A ação civil pública resultou na intervenção judicial da Utresa. Mais de R$ 20 milhões foram investidos nos últimos anos pela entidade para regularizar a situação ambiental.
(Por Eduardo Matos, Zero Hora, 08/06/2010)