O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, defendeu nesta segunda-feira a exploração da bacia hidrográfica da Amazônia como forma de garantir o acesso à energia, durante o IAEE"s Rio 2010 International Conference. Apesar de concentrar 59% do potencial de geração hidrelétrica no Brasil, a Amazônia só teria 0,5% de seu bioma afetado caso sejam construídas as usinas que estão em projeto na região.
Para Tolmasquim, a preocupação com o desmatamento da Amazônia foi uma das questões levantadas por especialistas estrangeiros que participaram do primeiro painel do evento, pela manhã, no qual foi debatido o tema "O futuro da energia: novas políticas energéticas e tecnologias".
"O argumento da destruição da Floresta Amazônica não é verdadeiro, pois as políticas governamentais estão acompanhando a conscientização sobre a necessidade de se preservar o meio ambiente", disse Tolmasquim, acrescentando que a prova disso é a redução da área desmatada para a construção dos reservatórios de usinas e a obrigatoriedade de reflorestamento de áreas afetadas.
Tolmasquim citou a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, e de usinas no Rio Tapajós, ainda em análise, como alternativas de geração elétrica de baixo impacto socioambiental. O executivo lembrou que o reservatório de Belo Monte foi reduzido de 1,1 mil quilômetros quadrados, previsto no projeto original, para 550 quilômetros quadrados.
A energia proveniente de fonte hídrica é a espinha dorsal da matriz brasileira, que corresponde a 78% da capacidade instalada total de 103.6 gigawatts. E acrescentou que há possibilidade de o governo realizar leilões para a construção de redes de gasodutos. A EPE irá mapear neste ano a demanda por gás para avaliar a necessidade de ampliação da atual rede de transporte. O estudo deve ser concluído no ano que vem.
O presidente da EPE destacou a necessidade de redução da carga tributária no setor energético para melhorar a competitividade da indústria nacional, embora tenha ressaltado que qualquer transformação depende da aprovação da reforma tributária no Congresso.
(Monitor Mercantil, 07/06/2010)