O Rio Grande do Sul foi sempre pioneiro nas atividades de preservação ambiental, inclusive no que diz respeito à inserção da indústria. Tanto que a Federação das Indústrias do RS (Fiergs), por meio do Conselho de Meio Ambiente (Codema), foi a primeira federação industrial do país a contar com um Balcão Ambiental. Segundo o presidente do órgão, Torvaldo Marzolla, a atitude de vanguarda coloca à disposição dos industriais gaúchos uma equipe de engenheiros ambientalistas e técnicos para orientar e ajudar na elaboração de projetos de produção sustentável.
Marzolla também destaca o trabalho realizado pelo Centro Nacional de Tecnologias Limpas, do Senai. "Esse organismo atende tanto na questão burocrática, que envolve licenciamentos, como na linha industrial, auxiliando a produzir com menor consumo de energia, menos desperdício e mais qualidade, além de cuidar para que os resíduos gerados sejam mínimos e possam ser reciclados ao máximo", enfatiza.
Entre as boas práticas desenvolvidas e acompanhadas pelo Conselho de Meio Ambiente, Marzolla citou o caso de uma indústria de Pelotas, que coleta e transforma vasilhames em polímeros para reaproveitamento, tanto em forma de polipropileno como de policarbonato.
No entanto, a menina dos olhos do Codema é o trabalho feito pela empresa Ilsa, de Portão, que trouxe uma metodologia italiana para transformar os resíduos de couro da indústria calçadista em fertilizantes orgânicos. "Em vez de enterrarmos 145 mil toneladas anuais de sobras vindas de curtumes e fábricas, elas são processadas com essa tecnologia, acabando com 10% do passivo ambiental", destaca Marzolla, lembrando ainda que a metodologia deverá ser implementada na região calçadista de Franca (SP).
(Correio do Povo, 05/06/2010)