É um passo inicial para pôr fim à pior catástrofe ambiental da história dos EUA. A empresa petrolífera britânica BP teve sucesso parcial ontem na tentativa de selar o vazamento de um de seus poços no Golfo do México. Ligando um sifão à válvula do poço, para bombear o petróleo a um navio-tanque, técnicos capturam agora mil barris dos cerca de 15 mil que vazam por dia.
A operação foi realizada no mesmo dia em que a mancha de petróleo na região atingiu pela primeira vez uma praia da Flórida. Pensacola, no noroeste do Estado, amanheceu com bolas de piche desaguando em suas areias. Também ontem, o presidente Barack Obama desembarcou em New Orleans, na Louisiana, para sua terceira visita à região desde que o vazamento começou, quase sete semanas atrás. As estimativas feitas pelo governo indicam que 100 milhões de litros de óleo já tenham vazado do poço submarino. Números mais pessimistas superam os 400 milhões.
Apesar de o sucesso na tentativa de estancar o vazamento de óleo ser ainda modesto, técnicos da BP e da Guarda Costeira dos EUA dizem que a vedação no sifão pode ser aprimorada. Por enquanto, o sistema não está fechado hermeticamente, para evitar congelamento de material que bloquearia o sifão.
Em declarações à imprensa americana, Obama mostrou pela primeira vez algum entusiasmo em relação aos esforços para deter o vazamento, mas disse que “ainda é muito cedo para ficar otimista’’. Ele também aproveitou para criticar a BP, ao ser informado que a empresa está gastando US$ 50 milhões em propaganda e que US$ 10 bilhões estão sendo pagos em dividendos neste trimestre. Ao mesmo tempo, o executivo-chefe da BP, Tony Hayward, tentou tranquilizar os investidores. Ele afirmou que os prejuízos devido ao vazamento serão “certamente grandes’’, mas ressaltou que a petrolífera tem “flexibilidade suficiente para bancar custos do incidente’’.
(Zero Hora, 05/06/2010)