O nome Itapuã remete às origens indígenas, da união das palavras guaranis ita (pedra) e puã (ponta). Um paraíso ecológico que guarda e protege parte original da Mata Atlântica. Privilégio para poucos, já que o acesso por terra é limitado e pela água não é permitido o desembarque na maior parte da orla. Do barco, o visitante tem a percepção exata do que significa turismo contemplativo.
São mais de duas horas deslizando pelo Guaíba no ponto exato em que se mistura à lagoa dos Patos, em frente ao farol - símbolo de Itapuã. Os atrativos incluem uma rica flora e fauna. Aparentemente intocáveis, as paisagens foram palco de importantes eventos da história gaúcha, contadas pelo diretor da empresa de turismo Farol de Itapuã, Carlos Alberto Mancio.
Desfrutar de um Guaíba sem poluição é uma experiência única, considerando-se que a maior parte do lago sofre pelo despejo de esgoto. E mostra que é possível unir dois conceitos que por muito tempo ficaram desagregados: a preservação e o desenvolvimento. Basta vontade política e iniciativa empresarial. No ano passado, um grupo de oito empreendedores da Associação Pró Itapuã resolveu arregaçar as mangas e reativar a entidade, fundada em 2003, na data em que se comemora o Dia do Meio Ambiente, 5 de junho.
Em menos de um ano, já chegaram a 20 associados e organizaram atividades para atrair público para a região no aniversário de 150 anos do Farol de Itapuã, comemorado no mês de maio. O sucesso foi tal que agora mais empreendedores pretendem se engajar na iniciativa. “Buscamos a sustentabilidade, não só do meio ambiente, mas também como forma de desenvolvimento e de resgate do destino turístico”, explica o diretor-geral da Pró Itapuã, Rafael Padoin Nenê.
(Por Karen Viscardi, JC-RS, 04/06/2010)