A Austrália entrou com uma ação legal na Corte Internacional de Justiça para tentar parar a caça de baleias praticada pelo Japão.
A ação impetrada em Haia, na Holanda, se segue a meses de tensão entre os governos dos dois países por causa das rotas de baleeiros japoneses em águas internacionais do Oceano Austral, onde o país captura baleias-minke e outras espécies.
Desde 1986, um tratado internacional prevê a proibição da caça comercial desses mamíferos, mas o Japão continua capturando os animais sob a justificativa de pesquisa científica.
Hirofumi Hirano, porta-voz do governo japonês classificou como "extremamente lamentável" a iniciativa australiana. "O governo Japonês vai lidar com isso de maneira apropriada, tendo como base a nossa posição", afirmou.
"Estamos estudando nossa estratégia com relação ao processo. Ainda temos de decidir detalhes, mas não vamos revelar nossa estratégia mesmo depois de tomarmos as decisões", afirmou um dos diplomatas encarregados do caso no Japão.
A intenção de recorrer à corte de Haia já havia sido anunciada na semana passada por Peter Garrett, ministro do ambiente da Austrália. "Queremos ver o fim da matança de baleias em nome da ciência no oceano Austral", afirmou.
De 21 a 25 de junho, o assunto da caça de baleias no oceano Austral será discutido na reunião da CIB (Comissão Baleeira Internacional), em Agadir, no Marrocos.
O presidente da entidade, o chileno Cristián Maquieira, busca uma tentativa de acordo entre países pró e contra a caça de baleias. Pelo tratado esboçado, o Japão poderia continuar caçando os mamíferos marinhos na região, mas teria de diminuir drasticamente o número de baleias capturadas e se submeter a fiscalização.
(France Presse, Folha.com, 03/06/2010)