Há 17 espécies vegetais raras que estão em risco no terreno pertencente à Fundação de Atendimento Sócio Educativo (FASE).
Uma delas consta da “Lista Oficial de Espécies Ameaçadas” como “provavelmente extinta”, três estão classificadas como “em perigo” e outras 13 são consideradas “ameaçadas de extinção”.
Essa é a principal conclusão do “laudo de cobertura vegetal” assinado por uma equipe seis biólogos, um engenheiro florestal, um geólogo e dois técnicos da Fundação de Zoobotânica.
O levantamento, feito a pedido da Secretaria de Justiça, foi concluído em julho de 2009. Os pesquisadores estão proibidos de dar entrevistas sobre o assunto.
Segundo um biólogo que participou do trabalho, o levantamento pode ser considerado “preliminar”, pela pressa com que foi feito (teve que ser concluído em dois meses) e pelas dificuldades de sua realização.
“Foi difícil até formar a equipe”, disse o biólogo.
“O pessoal não queria participar por medo, tem muitas áreas perigosas lá”.
Durante todo o trabalho, os pesquisadores foram protegidos por uma escolta armada, com dois sargentos e quatro praças da Brigada Militar.
Mesmo assim não puderam entrar em certas regiões.
Diz o relatório “Não se teve acesso às proximidades da Vila Gaúcha, devido ao alto risco. No dia anterior tinha havido tiroteio e intervenção da Brigada na Vila”.
Também um trecho de mata entre as vilas Ecológica e Prisma não poder ser visitado, pelas mesmas razões.
O biólogo, que aceitou falar desde que seu nome fosse preservado, define como “bem detonadas” a maioria das áreas de preservação permanente no Morro Santa Teresa. Inclusive o topo do morro, onde estão as estações de tevê.
Ele diz também que não dá para calcular o tamanho total das área de preservação porque com a ocupação desordenada de grande parte do terreno da Fase, elas formam um mosaico entre as construções, pedreiras, saibreiras e as invasões.
Segundo o presidente da Fase Irani Barbosa, os espaços invadidos representam cerca de 18% da área total pertencente à Fundação.
(Jornal JÁ, 03/06/2010)