Dentro das atividades que a Câmara Municipal promove na Semana do Meio Ambiente, o seminário Construções Sustentáveis, realizado pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), na manhã desta quarta-feira (2/06), debateu as tecnologias sustentáveis passíveis de serem implantadas pela construção civil em Porto Alegre.
Coordenando os trabalhos, o vice-presidente da Comissão, vereador Beto Moesch (PP), disse que o objetivo do evento é conscientizar os empreendedores, consumidores, projetistas, imobiliárias e a sociedade em geral de que o mínimo de respeito ao meio ambiente é necessário. "Queremos sensibilizar as pessoas que o reaproveitamento da água é economicamente viável e que muitos métodos de sustentabilidade podem ser empregados pelas empresas", frisou.
Para Moesch, os prédios e edifícios de uma cidade devem reaproveitar os resíduos sólidos produzidos e ter um diálogo direto com a ecologia e os recursos naturais. "Preservação e cuidado com a mata nativa, eficiência ecológica e reaproveitamento. É com isso que devemos sair daqui". Apoiam o evento o Departamento Municipal de Habitação (Demhab), a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Dmlu), a Caixa Econômica Federal, a CEEE, a Empresa Ipiranga e entidades envolvidas com o meio ambiente.
Especialista
Convidado para a palestra magna do encontro pela manhã, Guido Petinelli - arquiteto formado pela McGill University no Canadá - observou que a solução não está nas leis e normas e sim na mudança cultural e dos hábitos dos humanos. "Enquanto não nos dermos conta de que a ação humana é a responsável pelas alterações climáticas, nada vai mudar", enfatizou. Segundo ele, cerca de 40% de todo o CO2 produzido pelo mundo, vem da construção civil.
Defendendo a edificação de prédios verdes ao redor do planeta, Petinelli disse que essas construções sustentáveis reduzem em 70% a produção de resíduos sólidos e 24% o consumo de energia. "Além disto, as escolas com iluminação natural (através de grandes janelas) melhora o desempenho dos alunos e os hospitais com luz solar afetam positivamente a disposição dos pacientes", informou. Conforme dados apresentados pelo palestrante, a construção representa hoje 10% do PIB Mundial.
(Por Ester Scotti, Câmara Municipal de Porto Alegre, 03/06/2010)