O Rio Grande do Sul esteve representado no Centro de Exposições Tecnológicas do 10 Challenge Bibendum, no Rio, por meio da montadora Agrale, de Caxias do Sul. O principal projeto exposto foi o ônibus Hybridus, que traz tecnologia híbrida usando motores elétricos e de combustão interna a diesel. O veículo foi desenvolvido no RS e traz benefícios para o transporte urbano sustentável.
O Hybridus, que esteve em exposição no espaço dedicado a ônibus e caminhões, transporta até 73 passageiros. "Desenvolvemos a ideia com a Siemens e é um passo importante para a sustentabilidade, uma vez que a estimativa é que o veículo possa alcançar economia de 30% de combustível e a mesma proporção de redução da emissão de gases poluentes", afirmou o analista de marketing da empresa, Nauri Ribeiro.
Equipadocom dois motores elétricos como fonte de tração - que não emitem gases ou ruídos - o Hybridus tem ainda motor diesel Cummins ISBe 4, com 170 cv de potência como fornecedor de energia, que funciona quando os capacitores apresentam nível de energia inferior a 60% estabelecidos pelo gerenciador do sistema. O veículo modelo low entry (piso baixo) é apto a trabalhar em corredores e é equipado com ar-condicionado. "Ainda é protótipo, pois é preciso que haja modificações nos processos de regulamentação de uso e é necessária discussão sobre incentivos tributários para produção e comercialização desse tipo de veículo", explicou Ribeiro.
A Agrale também levou ao evento o Trator Compactador 4230.4, ideal para coleta de lixo. Equipado com motor de 30 cv de potência, tração 4x4 e câmbio sincronizado, pode usar gás de cozinha como combustível. Tem caçamba anticorrosiva e em formato que evita saída de chorume (líquido decorrente da compressão do lixo) durante a coleta. A plataforma traseira permite deslocamento de até dois garis. A empresa caxiense também apresentou o modelo de ônibus movido a GNV, exportado para Peru e Colômbia.
A 10 edição do Challenge Bibendum foi marcada pela discussão de soluções para o trânsito. Entre as atividades, foi citado, ainda, o trabalho feito por Porto Alegre, Guaíba e Gravataí usando a metodologia Global Road Safety Partnership. Segundo a diretora de Transporte da EPTC, Maria da Graça Valle Silveira, foi possível estabelecer um padrão sobre motivos de acidentes nas ruas da Capital. "Em primeiro lugar vem a alta velocidade, em segundo a participação de motociclistas e depois o fato de o condutor ser jovem."
(Por SANDRO SCHREINER, Correio do Povo, 03/06/2010)