Numa referência ao acordo mediado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Irã, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu ontem o uso pacífico da energia nuclear. Apesar de condenar o uso de armas atômicas, como as utilizadas em Hiroshima e Nagasaki, durante a II Guerra Mundial, Jobim defendeu que o desenvolvimento e o uso da energia nuclear para fins pacíficos são importantes para o Brasil.
A questão foi comentada ontem durante o seminário Perspectivas Regionais de Segurança, no Quartel-General do Exército, em Brasília.
Jobim, que já havia defendido a política externa brasileira de buscar o diálogo e não isolar o Irã, ameaçado de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU, afirmou que “o diálogo, o sentar à mesa é o caminho da superação das dificuldades”.
Gaúcho de Santa Maria, Jobim recebeu na terça-feira homenagem na Assembleia Legislativa. A medalha do Mérito Farroupilha, a mais alta distinção oferecida pela Casa, foi uma iniciativa do deputado Fabiano Pereira (PT), conterrâneo do ministro. Ex-deputado e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Jobim foi homenageado por sua vida pública. Ao receber a honraria, citou a avó, Josefina de Azevedo:
– Ela sempre dizia que eu tinha mais sorte do que juízo. Nesta homenagem, vizualizei neste recinto as várias ruas por onde passei. Fico muito honrado por tudo isto mas continuo dando razão à minha avó.
(Zero Hora, 03/06/2010)