Sistema abastecerá o Polo Petroquímico de Capuava, no ABC, e economizará água suficiente para abastecer uma cidade com 350 mil habitantes.
O governador Alberto Goldman apresentou o projeto Aquapolo, dedicado à produção de água de reúso para fins industriais, tendo como insumo o esgoto tratado. Capacitado para produzir mil litros por segundo (l/s) de água de reúso, o empreendimento, inédito no Hemisfério Sul e o 5º maior do mundo, abastecerá o Polo Petroquímico do ABC paulista.
Por meio de um contrato que se estende até 2043, e com investimentos de cerca de R$ 252 milhões, as obras foram iniciadas em abril e o fornecimento de água de reúso está previsto para começar 21 meses após a concessão de todas as licenças. Para levar a água de reúso gerada para o Polo Petroquímico, será construída uma adutora de aço com 17 km de extensão, que passará pelos municípios de São Caetano do Sul e Santo André até chegar ao Pólo em Mauá. Durante a fase de implementação, serão gerados cerca de 800 postos de trabalho.
"Nós vamos fazer muito mais do que isso, de maneira que, nos próximos anos, não tenhamos nenhuma preocupação em relação a água que nós precisamos. A água potável que nós precisamos nós vamos ter porque estamos reaproveitando bem a água que já estamos usando", disse o governador Alberto Goldman.
O projeto também contempla a construção de uma Estação de Tratamento Terciário em uma área de 15 mil m² dentro da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC, da Sabesp, localizada na divisa entre os municípios de São Paulo e São Caetano do Sul. Com isso, a oferta de água tratada para a Região Metropolitana de São Paulo será ampliada. O volume de água de primeiro uso que deixará de ser consumido pelas indústrias é suficiente para abastecer continuamente uma população de 350 mil habitantes, com capacidade para chegar a 600 mil, caso seja estendido a outros clientes.
Água de reúso
Embora não seja potável para beber, a água proveniente do tratamento de esgotos pode ser utilizada para resfriamento de equipamentos, limpeza de ruas, rega de jardins, geração de energia ou em outros processos industriais. Desde a década de 80, a Sabesp recicla a água nas próprias instalações.
Cada litro de água reutilizado corresponde a um litro de água disponível para o abastecimento público, contribuindo para a preservação dos recursos hídricos, bem como redução de custos tarifários a prefeituras, comércio e indústria.
O volume disponível é armazenado e posteriormente retirado por caminhões- tanques ou distribuído por tubulações apropriadas. Atualmente, na Região Metropolitana de São Paulo, são reaproveitados 948 milhões de litros de água por ano. Os custos são reduzidos e variam de R$ 0,48 por mil litros para órgãos públicos e R$ 0,81 por mil litros para empresas privadas.
A primeira estação a oferecer água de reúso foi a de Jesus Neto, na região da Mooca, na capital. As prefeituras de São Caetano, Barueri, Carapicuíba, Diadema e São Paulo também compram a água de reúso para limpeza das ruas, após as feiras livres, rega de jardins.
Ganhos socioeconômico e ambiental
Para dar conta de sua demanda de água de 650 litros por segundo, a área em torno do Polo Petroquímico do ABC capta parte desse volume (500 l/s) do Rio Tamanduateí, tratando o recurso ETE própria. Outros 150 l/s são fornecidos pela rede de abastecimento pública, por meio das estações de tratamento de água (ETAs) Taiaçupeba e Casa Grande, da Sabesp.
Além do ganho ambiental, o Aquapolo proporcionará que o Governo do Estado, por meio da Sabesp, aumente a oferta de água tratada à população da Grande São Paulo. Além de fornecer água de melhor qualidade que o efluente tratado no Rio Tamanduateí, o Aquapolo fará com que o Polo Petroquímico deixe de captar água de suas fontes atuais, economizando mensalmente um volume de 1,684 bilhão de litros de água, o que corresponde a mais de 670 piscinas olímpicas.
(Envolverde/Governo do Estado de São Paulo, 01/06/2010)