Audiência pública da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia debateu, nesta desta terça-feira (1º) o tema educação ambiental. Requerida pela Força Verde, integrante da Força Sindical, a audiência integrou a programação da Semana do Meio Ambiente e tratou dos esforços que entidades da sociedade civil, organizações não-governamentais (ONGs), sindicatos e governos têm efetuado para reduzir os impactos do crescimento populacional e de consumo da sociedade sobre recursos naturais e bacias hidrográficas.
“Precisamos seduzir o jovem na escola, implantar conceitos que são fundamentais para o desenvolvimento sustentável e o uso de energias renováveis”, afirma o presidente da comissão, deputado Mano Change (PP). A comissão encaminhou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para acompanhar as ações governamentais na área da educação ambiental.
Lélio Falcão, diretor de Meio Ambiente da Força Sindical, lembra da necessidade de se articular legislações e mecanismos federais e estaduais para melhorar e potencializar as ações em defesa do meio ambiente. “Precisamos mudar paradigmas, vivemos uma era de consumo exagerado, onde o ter é mais importante que o ser”, alerta. A maior preocupação dos especialistas em estudos sobre impactos da sociedade de consumo no ambiente natural presentes no encontro é com relação à futura escassez de água potável.
“Nossa legislação, tanto nacional como estadual. sobre educação ambiental é recente, é preciso articular esses mecanismos para melhorar as ações”, defende Falcão ao alertar que, para salvar o planeta de uma catástrofe ou os países reduzem drasticamente suas taxas de natalidade ou reduzem o consumo de água.
Transversal
Sandra Polino, da Secretaria da Educação do RS, apontou ações do órgão que buscam ampliar o conceito de educação ambiental junto aos alunos da rede estadual de ensino. “A compreensão de que este é um tema transversal, que deve passar por todas as áreas do conhecimento, ainda carece de compreensão pela maior parte de nosso corpo docente”, reconhece. Eliana Ricardo, educadora ambiental da Corsan, enfatizou a necessidade do uso racional e criterioso da água, caso contrário a população enfrentará sérios problemas de abastecimento no futuro.
Para Delmar Sittoni, presidente da ONG Instituto Saberes e Cuidados Ambientais (ISCA), a grande preocupação deve ser fazer chegar a informação às crianças e jovens. “Precisamos trabalhar por uma mudança cultural, de postura, e produzir mais material informativo”, disse. “Temos falado muito e agido pouco, a educação ambiental precisa ser pensada a médio e longo prazo”. Segundo Rosa Maria Rosado, da Secretaria de Educação de Porto Alegre (SMED), as políticas públicas devem ser de Estado e não de governos. “Esta mudança de visão deve ser imediata e não pensada apenas para o futuro”, defende. “A educação ambiental precisa de emoção e de estratégias bem claras e não apenas da razão pela qual construímos todo nosso conhecimento”.
A audiência integrou também a programação da 14ª edição do seminário Mar de Dentro e aconteceu no Plenarinho da Assembleia. Participaram ainda dirigentes do Sindicato dos Engenheiros e Instituto Porto Alegre Ambiental.
(Por Gilmar Eitelwein, AL-RS, 01/06/2010)