O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta terça (1) iniciar uma investigação criminal para estabelecer as causas do vazamento de óleo no golfo do México. "Temos uma obrigação de determinar o que deu errado", afirmou Obama em discurso no Rose Garden da Casa Branca.
Obama havia conversado com Bob Graham, ex-senador pela Florida, e William K. Reilly, ex-diretor da Agência de Proteção Ambiental dos EUA. Graham e Reilly foram nomeados para liderar a investigação sobre as causas do desastre que teve início no dia 20 de abril.
"Se leis foram infringidas, levando a morte e destruição", disse Obama, "minha promessa solene é processar os responsáveis".
O Advogado-Geral da União, Eric H. Holder Jr., deve se encontrar hoje com advogados dos Estados costeiros para discutir estratégias processuais com relação ao desastre. Vários senadores também pediram ao Departamento de Justiça para determinar se leis foram infringidas.
A elevação do tom e a ameaça de ação legal refletem a frustração do governo com a incapacidade da petrolífera BP em conter o derrame. A empresa é a responsável pelas operações do poço.
Obama disse que somente após uma investigação completa do acidente ele irá permitir qualquer expansão ou continuação nas operações de prospecção em águas profundas nos EUA.
Hoje a BP iniciou uma operação que consiste em serrar o tubo danificado por onde vaza o óleo. Depois disso, a empresa pretende colocar um domo sobre o local e, em seguida, pretende bombear o óleo para um navio-tanque na superfície.
Uma operação similar não funcionou três semanas atrás. O motivo foi a formação de cristais no domo, o que impediu que o óleo fluísse. Os cristais foram formados devido às baixas temperaturas do local do vazamento, que ocorre a 1.600 metros abaixo da superfície.
Para superar esse obstáculo, os técnicos da BP planejam manter o domo aquecido com água quente durante o processo.
Enquanto isso, dois poços de alívio estão sendo perfurados próximo ao poço principal. Essa medida é considerada a que tem a maior chance de estancar o vazamento, mas os poços de alívio só deverão estar prontos em agosto.
(Folha.com, com agências de notícias e o "New York Times", 01/06/2010)