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corais turismo
2010-06-01 | Tatianaf

Da praia de Pollhena, no Sri Lanka, é possível ver uma mancha mar adentro. São turistas a cerca de 500 metros da costa que caminham sobre os arrecifes de coral, destruindo-os enquanto os admiram. Os visitantes pegam amostras para levar como lembrança de sua divertida excursão. O costume de caminhar sobre os corais não é tão habitual a ponto de transformá-los em pó, mas, somado a outras práticas, acelerou o ritmo de destruição dos arrecifes, segundo especialistas.

Em Hikkaduwa, cerca de 60 quilômetros ao norte de Pollhena, os barcos a motor levam e trazem visitantes ao arrecife mais popular do Sri Lanka. Dão uma volta e regressam à costa. A ida demora três minutos, e a volta menos. “Estão destruindo os arrecifes, simplesmente estão destruindo”, insistiu Somadasa de Silva, conservacionista e mergulhador especializado que há três décadas luta para salvar o complexo ecossistema.

A exploração sem limites submete os corais a uma forte pressão. Os arrecifes ocupam 2%, cerca de 32 quilômetros, da faixa costeira de 1.580 quilômetros deste país, segundo a Agência Nacional de Desenvolvimento, Pesquisa e Recursos Aquáticos (Nara). “Veja os barcos, navegam em alta velocidade em volta dos arrecifes e perturbam o ecossistema marinho. Quando ocorre de forma frequente, o dano é tremendo”, lamentou Silva. Pessoas sem experiência navegam entre os arrecifes, acrescentou. Além disso, deixam vazar combustível e outros efluentes prejudiciais.

Os turistas costumam ter o infeliz hábito de levar pedaços de corais como enfeite ou lembrança, acrescentou Silva. Na península de Jaffna, a polícia alerta os que vistam Naga Deepa, famoso templo budista localizado perto de um arrecife, para não recolher nem comprar corais. “O problema é que as pessoas desconhecem seu valor”, disse Sumedha Kulatunga, gerente do Hotel Reef Garden, de Pollhena. Os arrecifes, considerados as selvas dos oceanos por sua função, têm uma grande diversidade biológica e são locais de reprodução de muitas espécies.

Desde 1950, desapareceram 19% dos arrecifes do mundo e 20% correm risco de extinção nos próximos 20 a 40 anos, segundo o “status dos arrecifes de coral” de 2008. A exploração submarina, a coleta desenfreada e a pesca destrutiva são as principais causas da morte dos arrecifes, segundo a Nara. A morte dos corais no Sri Lanka levou ao desaparecimento de arrecifes de aproximadamente cinco mil anos, especialmente no sudoeste do país, onde residem dois terços dos 22 milhões de habitantes do país, segundo a Nara.

Silva, que costuma mergulhar nos arrecifes, teme que até 50% dos corais originais de Hikaduwa estejam em perigo. “Pode-se ver diretamente”, disse, mostrando fotografias com vastas áreas vazias. “Além de seu valor ecológico, os arrecifes protegem a costa, como ocorreu em dezembro de 2004, quando aconteceu o tsunami do Oceano Índico sobre a ilha”, disse Kulatunga. Houve danos, mas não tão graves com em outras partes. Numerosas pessoas atribuem isso às estruturas coralinas. Silva trabalha para organizar uma campanha nacional para salvar os corais do Sri Lanka.

Uma de suas recomendações é punir mais duramente quem os destruir e proibir totalmente a extração. “Demoram milhares de anos para crescer e nós os destruímos em décadas, ou menos”, disse, observando da praia de Pollhena, desesperado, a cena cotidiana de turistas sobre os arrecifes, maravilhados com a bela natureza em perigo de extinção.

(Por Amantha Perera, IPS, Envolverde, 1/6/2010)


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