O Dia Mundial sem Tabaco, ontem, teve como foco as fumantes. A campanha do Instituto Nacional do Câncer (Inca) abordou o tema "Mulher, Você Merece Algo Melhor que o Cigarro", destacando que a redução de fumantes do sexo feminino no país foi significativamente inferior à dos homens. Segundo a Organização Mundial da Saúde, elas são 20% dos mais de 1,3 bilhão de fumantes no mundo.
No Hospital Conceição, em Porto Alegre, a Comissão de Controle do Tabagismo realizou uma atividade diferente, distribuindo perfumes e fazendo medição do nível de monóxido de carbono no organismo em mulheres. O tema da campanha foi "Quem Não Fuma, se Perfuma".
Segundo a médica especialista em dependência química do Conceição Elaine Segura, existe uma grande preocupação na população mais jovem, em que o número de mulheres que experimentam cigarro é quase semelhante ao registrado entre os homens. "Isso faz com que aumente o número de pessoas do sexo feminino que acabam se viciando."
Durante as atividades no Hospital Conceição, as medições de monóxido de carbono registraram altos índices entre as mulheres. Os níveis do composto químico no organismo vão de zero a 20, sendo que a média brasileira é de 6. Hilda Rodrigues Lisboa, de 47 anos, foi fazer a medição. Ela fuma desde a adolescência. Também ontem, buscou informações com os médicos presentes à atividade. "Nunca procurei ajuda, mas tenho esse desejo de deixar o vício", salientou Hilda.
A técnica em enfermagem do Conceição Lúcia Beatriz Vieira largou o cigarro há seis anos. Segundo ela, que participou da ação ontem, sua vida mudou completamente. "Tenho mais fôlego e me livrei de uma tosse crônica", relatou Lúcia, contando que não foi fácil cumprir a decisão. "Cheguei a ficar meses sem fumar, mas voltei. Precisei de ajuda e contei com a minha persistência. As pessoas que desejam parar de fumar precisam ter iniciativa própria; caso contrário, não terão sucesso."
Elaine Segura disse que quem convive com a fumaça também desenvolve uma série de doenças. "São as mesmas do fumante ativo."
PREJUÍZOS A ELAS
Morrer cedo (entre 35 e 65 anos de idade)
Ter câncer de pulmão, laringe, esôfago, estômago e colo uterino
Ter infarto do miocárdio
Desenvolver bronquite, asma e enfisema pulmonar
Aumentar risco de ter acidente vascular cerebral (AVC)
Infertilidade
(Grupo Hospitalar Conceição, Correio do Povo, 01/06/2010)