Uma mancha turva mudou a aparência da água na praia de Itapirubá, no litoral de Santa Catarina. O fenômeno teve início na terça-feira e foi notado pelos moradores da localidade, que pertence à cidade de Imbituba. As pessoas temiam que a mancha fosse procedente de um vazamento de óleo combustível ou outra substância tóxica nociva ao ambiente. A praia atingida pelo fenômeno integra a Área de Preservação Ambiental (APA) da Baleia Franca.
Foram os técnicos que atuam na APA os primeiros a serem avisados pela comunidade. Eles acionaram o Departamento de Meio Ambiente do município, que examinou o local. Conforme a chefe do setor, Luciene Martins, a imagem produzida pela mancha pode mesmo confundir o olhar de quem a observa. "A água tem uma cor de terra e fica mais densa, como se estivesse barrenta", descreve. Segundo Luciene, somente com a presença dos técnicos foi possível esclarecer o fato inusitado.
O biólogo Wagner de Amorin foi um dos profissionais que estiveram no local. Ele disse que o fenômeno é uma espécie de boom de algas pardas. "É um fenômeno natural. A grande presença de algas, associada com a ressaca do mar e misturada ao sedimento da areia, produz esse fenômeno", explicou.
Wagner garantiu que não há motivo para preocupação. "Deve durar uma semana e irá se desfazer com a mudança das marés", calculou.
O RS vivenciou fenômeno semelhante em 1978. A "maré vermelha" do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, também ocasionada pela proliferação de algas, tingiu as águas e mobilizou ambientalistas devido à mortandade de mariscos.
(Correio do Povo, 28/05/2010)