Em reação às declarações do professor Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), que correlacionou a gravidade de acidentes com a profundidade da atividade exploratória, a Petrobras distribui nota à imprensa ressaltando “a robustez de suas plataformas e o elevado rigor técnico nos aspectos relacionados a equipamentos e à capacidade de seu pessoal”.
Segundo a estatal, todas as unidades marítimas de perfuração usadas são equipadas com sistemas de detecção, que podem prover o fechamento imediato e automático do poço, prevenindo seu descontrole.
“Há detectores de gás em diversos locais na plataforma, alarmes de aumento de pressão ou volumes no interior do poço e sistemas de preparação e injeção de fluidos para seu interior. Cumpre destacar que estes fluidos, sempre presentes na construção dos poços, são outras barreiras de segurança, além de equipamentos como o Bop – Blow Out Preventer”.
Na nota, a Petrobras considera “descabidas e tecnicamente insustentáveis” as declarações da Coppe.
“As palavras do prof. Estefen surpreendem ainda mais por carecerem de conteúdo técnico ao afirmar que ‘a profundidade está associada à taxa de falha do BOP que se mostrou insuficiente no caso da BP'".
A Petrobras reitera que “qualquer consideração de ordem técnica a respeito do acidente do Golfo do México só será revestida de um mínimo de seriedade após o conhecimento detalhado de suas causas, decorrentes do relatório que deverá ser apresentado futuramente”.
A empresa garante também que todo o pessoal que trabalha nas plataformas tem certificação acreditada pelo IADC – International Association of Drilling Contractors.
“O treinamento interno em segurança de poço existe desde 1971”.
A estatal também contesta a afirmação do professor Segen de que é preciso que a ANP atue de forma fiscalizatória e analítica quanto ao risco da exploração em águas profundas e ultraprofundas, principalmente na região do pré-sal da Bacia de Santos.
“É realizada análise de risco nos projetos de perfuração de poços marítimos e estes projetos seguem as normas internacionais de segurança de poço. Há planos de emergência para vazamentos de óleo em todas as bacias petrolíferas brasileiras, além de planos de emergência locais, específicos para cada unidade de perfuração e produção em operação”, garante a estatal.
A Petrobras informa que mantém 14 embarcações de grande porte destinadas ao atendimento exclusivo de emergências ambientais, às quais podem se somar outros recursos provenientes de sua frota de mais de 80 aeronaves e 200 embarcações, se necessário.
“A capacidade de resposta dos planos de emergência da Petrobras foi dimensionada considerando as hipóteses acidentais de pior caso, abrangendo todos os cenários onde ela opera e não somente os do pré-sal”, diz a nota da estatal.
(Por Nielmar de Oliveira, Agência Brasil, 27/05/2010)