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oceanos poluição marítima
2010-05-28 | Tatianaf

O quarto Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO), no campus Carreiros da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), foi um grande acontecimento e representa um avanço para todas as ciências relacionadas aos oceanos. Com 2.200 inscritos, e cerca de três mil participantes, a programação contou com especialistas internacionais. E com a apresentação de 1.200 trabalhos científicos nas áreas de Biologia, Física, Química, Geologia, Zonas Costeiras e temas correlatos.

O 4º CBO marcou, ainda, as comemorações dos 40 anos do pioneiro curso de graduação em Oceanologia, o da FURG, e os 30 anos do Projeto Tamar – Tartarugas Marinhas. As atividades mereceram destaque na mídia, e foram transmitidas ao vivo pela FURG TV, canal a cabo, e na WEB pelo endereço www.furgtv.furg.br.

O encontro encerrou-se no sábado, dia 22 de maio, com a visitação dos congressistas e do público em geral ao navio oceanográfico Cruzeiro do Sul, da Marinha brasileira. Ao final, a Associação Brasileira de Oceanografia (Aoceano) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) anunciaram a sede do próximo congresso, no Rio de Janeiro, de 2 a 6 de Junho de 2012.

Em entrevista exclusiva à EcoAgência , em seu gabinete na FURG, o presidente do 4º CBO e coordenador do curso de Oceanologia da Universidade Federal do Rio Grande, professor Luiz Carlos Krug, destacou a grandiosidade do evento. E entre tantos temas abordou os 30 anos do Projeto Tamar. Hoje em dia, esse projeto conta com 23 bases no litoral brasileiro, de Santa Catarina até o Ceará, nas áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso desses animais répteis. Busca proteger a desova das tartarugas. Daí a primeira pergunta do repórter:

-Mas, tendo nascido a partir de uma iniciativa dos estudantes de Oceanologia de Rio Grande, por que não existe uma base do Projeto Tamar ao longo do litoral gaúcho?

 O professor Krug explica que, por suas características especiais, o litoral gaúcho, desde o Chuí até Torres, apresenta temperaturas mais frias durante o ano todo. E não é propício à desova das tartarugas marinhas. Mas, em Rio Grande, o Núcleo de Estudos e Monitoramento Ambiental (NEMA) dedica-se, entre outras atividades, à educação ambiental dos pescadores e à conservação das espécies ameaçadas pelas mortíferas redes de pesca lançadas no litoral do Estado gaúcho.

Não se sabe, com absoluta certeza científica, qual a exata duração de vida das tartarugas marinhas. Alguns cientistas falam em vidas de até 200 anos. Mas só apenas e tão-somente especulações, explica Krug.

E conta: o Projeto Tamar nasceu de excursões dos primeiros alunos de Oceanologia da FURG às ilhas oceânicas brasileiras, entre eles o casal Neca e Guy Marcovaldi, que são os atuais dirigentes da instituição ambiental. Foi naqueles anos que verificaram in loco a matança de tartarugas e a coleta de ovos para consumo dos próprios pescadores.

À época, como agora, 30 anos depois, era inviável fiscalizar e acompanhar a coleta de ovos, devido às vastas extensões do litoral estudado. Surgiu, então, a idéia de envolver os pescadores e suas famílias, mediante pagamento. Eles, em troca, iriam proteger as espécies e, num segundo momento, partir para a comercialização de camisetas do Projeto Tamar, que se transformaram em uma griffe forte, uma das mais conhecidas dentro do movimento ecológico brasileiro e internacional. Os alunos da FURG, com suas iniciativas, no final dos anos 70 e começo dos anos 80 do século passado, tiveram um importante papel no desenvolvimento da consciência ambiental no Brasil.

É claro, diz o professor Krug, que o presente modelo econômico capitalista não favorece, com seu consumismo desvairado, esse despertar brasileiro e mundial da consciência ecológica. Mas já se pode identificar, claramente, um processo de mudança dessa cultura, acrescenta ele.
 
Oceanos à beira de sérios desastres ambientais
 
No caso de não serem tomadas medidas e ações imediatas sobre o lixo marinho, estaremos à beira de sérios desastres ambientais nos oceanos do Planeta Terra, com conseqüências imprevisíveis.  É a advertência do professor Krug, falando sobre outro dos temas de importância dentro do congresso brasileiro de Oceanografia: o lixo nos oceanos.

Finalmente, após muitas e longas discussões, o problema do lixo marinho foi “promovido” pela comunidade científica brasileiro a um merecido primeiro plano. Uma das primeiras atividades a merecer destaque é o monitoramento do crescente despejo de toda sorte de resíduos nos oceanos, depositados por toda classe de navios e embarcações.

Durante um dia inteiro, os pesquisadores do 4º CBO se reuniram para debater esta temática.

Que , por sinal, está, agora, na pauta de todas as redes internacionais de TV e nas mídias impressas de muitos países, com a tragédia do derramamento de petróleo, há mais de um mês, nos litorais norte-americanos do Golfo do México.

As imagens que nos chegam da região são de pesadelo: as espécies marinhas  , aves e peixes, crustáceos e camarões , todas mortas ou cobertas de óleo. Essas vastas manchas afetam os litorais de quatro Estados norte-americanos e avançam terra a dentro nos manguezais e pantanais que abrigam inúmeras espécies ameaçadas.

Os pescadores da região, revoltados, não mais sabem a quem recorrer: a British Petroleum (BP) tentou, várias vezes, desde 20 de abril, tapar o poço. Em vão, até agora.

”Na ocorrência de tais acidentes, o papel.do ocenógrafo é ajudar a diminuir os inevitáveis impactos ambientais. O especialista deve estabelecer condicionantes para reduzir o risco de tais desastres, seja como hoje no Golfo do México, ou os que ainda poderão acontecer no futuro da exploração petrolífera em alto mar. Na verdade, além de tais precauções, existe também uma preocupação quanto ao cultivo de peixes e crustáceos para consumo humano. Existem novas tecnologias de produção em ambientes confinados e mais seguros, com menos impactos e com maior rendimento”, conclui, em tom otimista, o professor Luiz Carlos Krug.

(Por Renato Gianuca, EcoAgência, 27/05/2010)


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