Ativistas do Greenpeace pedem suspensão permanente da exploração do petróleo em alto mar nos Estados Unidos.
Em coletiva de imprensa realizada hoje (27) na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou moratória de seis meses para novos poços de petróleo em alto mar e suspendeu a perfuração na costa do Alasca. A notícia vem acompanhada do anúncio oficial de que o vazamento do Golfo é duas vezes maior do que o esperado e já é oficialmente o maior da história do país.
Durante a coletiva, o presidente americano se disse frustrado com a atuação da BP, garantiu ser o governo americano o responsável por solucionar o problema e afirmou que o acidente no Golfo do México revela a urgência por soluções renováveis de energia. Apesar do discurso, o tempo da moratória, válida por seis meses, será usado para novas avaliações sobre a segurança da exploração em alto mar, que certamente deverá ser retomada após a poeira do desastre baixar.
“Enquanto permitirmos que empresas como BP e Shell pressionem políticos a assinarem as leis energéticas, continuaremos dependentes de combustíveis fósseis. O lobby poluidor deveria ser vetado do governo Obama”, diz John Hocevar, Coordenador da Campanha de Oceanos do Greenpeace nos Estados Unidos. "A suspensão anunciada por Obama não é suficiente. A única maneira de evitarmos outro desastre é banindo por completo a exploração de petróleo em alto mar”, complementou.
Desde ontem (26), as expectativas estão altas no Golfo do México, palco do desastre. A BP, empresa responsável pela plataforma que explodiu, colocou em prática uma nova técnica, chamada “Top Kill”, nunca antes experimentada em profundidade, para paralisar o vazamento.
A ideia é tapar o buraco com um misto de lama e cimento. A expectativa de sucesso é de 60%, mas a empresa vem afirmando que o esforço está sendo bem sucedido.
Sete ativistas do Greenpeace que há dois dias subiram em um navio de exploração petrolífera ancorado em porto da Lousiana, nos Estados Unidos, para protestar contra o vazamento de óleo no Golfo do México e exigir o fim da exploração petrolífera em alto-mar foram indiciados por invasão de propriedade.
Correm também o risco de caírem na malha da lei antiterror americana por invadirem infra-estrutura considerada crítica para a economia do país. Os executivos da BP não sofreram qualquer sançao legal até agora.
(Greenpeace Brasil, 27/05/2010)