O derramamento de petróleo no golfo do México já superou o Exxon Valdez como o pior da história dos EUA, de acordo com novas estimativas divulgadas nesta quinta-feira. A Guarda Costeira e a empresa British Petroleum disseram, porém, que um procedimento arriscado para estancar o vazamento parece estar funcionando.
Uma equipe de cientistas encarregada de estimar quanto óleo está vazando desde a explosão da plataforma Deepwater Horizon, em 20 de abril, concluiu que a taxa de derrame é de duas a cinco vezes maior do que a que se calculava inicialmente.
A estimativa mais conservadora aponta que 72 milhões de litros de óleo vazaram, superando os 42 milhões despejados numa baía do Alasca em 1989, quando o superpetroleiro Exxon Valdez naufragou. A estimativa mais alta fala em 148 milhões de litros.
A diretora do Serviço Geológico dos EUA, Marcia McNutt, disse que duas equipes de cientistas calcularam que o poço no golfo tem despejado entre 1,9 milhão e 3,8 milhões de litros por dia.
A BP e a Guarda Costeira estimaram, logo após o desastre, que a taxa de vazamento diário era de 800 mil litros. Mas cientistas que viram os vídeos submarinos do vazamento têm dito há semanas que essa taxa era provavelmente maior.
A BP está tentando estancar o vazamento com uma técnica jamais testada em profundidade, o chamado "top kill". Este consiste em injetar lama de perfuração no poço para tentar conter o óleo, e depois selá-lo para sempre com cimento.
A Guarda Costeira afirmou nesta quinta-feira que o fluxo de lama estava interrompendo parte do óleo e do gás, mas que ainda não é possível dizer se houve sucesso. Um porta-voz da BP também desmentiu informações dadas mais cedo de que o vazamento havia sido fechado.
(Efe, Folha.com, 27/05/2010)