Gases de efeito estufa lançados pelo mundo inteiro durante um ano somam uma quantia de poluentes que poderia ser compensada com a proteção de apenas uma parcela do território amazônico. Tal parcela abrange todas as áreas protegidas da Amazônia, que poderiam evitar a emissão de até 8 bilhões de toneladas de carbono para os céus antes de 2050.
A conclusão é de um novo estudo conduzido por Britado Silveira, diretor do Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFGM), e outros 12 especialistas. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (26) pela revista científica americana PNAS.
O estudo avaliou as 595 Unidades de Conservação estaduais e federais da Amazônia. Terras indígenas e áreas militares, como a da reserva da Serra do Cachimbo, também foram inclusas nessa conta. São territórios, segundo o estudo, que abrigam 54% do que resta de floresta na Amazônia e que contêm 56% do carbono disponível na floresta. A área equivale a cerca de 3,4 milhões de quilômetros quadrados.
A quantidade de terras protegidas na Amazônia cresceu cerca de 700 mil quilômetros quadrados entre 2002 e 2009, de acordo com a pesquisa. Para garantir a fiscalização dessas áreas, Britaldo Soares estima que seria necessário investir de US$ 3 bilhões (R$ 5,5 bilhões) a US$ 9 bilhões (cerca de R$ 16,6 bilhões).
Segundo Soares, parte desse custo poderia ser compensado por meio de um acordo climático internacional baseado em incentivos a países que implementem pagamentos por Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, mais conhecidos como Redd.
(Globo Amazônia, 27/05/2010)