Os vereadores da Comissão Especial destinada a tratar da implemen-tação da Lei das Carroças se reuniram ontem, na Câmara de Porto Alegre, para debater um dos aspectos da polêmica: o uso de mão de obra infantil no manejo dos veículos. "O problema é complexo e envolve uma série de questões, desde maus-tratos a animais até o trabalho infantil. Um dos grandes obstáculos que destacamos é a falta de um diagnóstico, já que não temos um levantamento confiável sobre quantas carroças existem nem mesmo quantas perdem ali suas infâncias", disse o presidente da comissão, vereador Beto Moesch (PP).
Segundo ele, é mais comum observar a presença de menores de idade trabalhando em setores do comércio. "Ao verem crianças conduzindo carroças, não acham grave, acham normal", criticou Moesch.
Dados da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) apontam 3,5 mil menores em situação de exploração. Apenas 1,2 mil são atendidos pelo Programa de Erradi-cação do Trabalho Infantil. Crianças flagradas conduzindo carroças e carrinhos devem ser imediatamente conduzidas ao Conselho Tutelar e essa tarefa cabe à Brigada Militar, segundo o Termo de Ajuste de Conduta que trata do assunto.
(Correio do Povo, 27/05/2010)