A greve de 24 horas, iniciada às 6 horas de terça-feira na Portucel Embalagem, provocou a paragem total da produção, informou o Sindicato das Indústrias de Celulose, Papel, Gráfica e Imprensa, adiantando que os trabalhadores vão agora «fazer uma avaliação de todo o processo e preparar o prosseguimento da luta, se a empresa não responder positivamente». No mesmo dia iniciou-se uma greve ao trabalho extraordinário, por tempo indeterminado.
Com esta luta, refere o sindicato da CGTP-IN, procura-se que a administração mude o seu comportamento na revisão do acordo de empresa e deixe de pretender liquidar ou reduzir direitos em vigor e discriminar futuros trabalhadores. O protesto vai também contra a ameaça de caducidade do AE. Na negociação, os trabalhadores até já aceitaram «a alteração para pior de determinadas cláusulas, que permitem à empresa uma diminuição dos custos com pessoal», acentua o sindicato.
A Portucel Embalagem, que pertence ao grupo espanhol Europac, tem 358 pessoas ao seu serviço, nas fábricas de caixas de cartão canelado, em Albarraque (Sintra), Marrazes (Leiria) e Guilhabreu (Vila do Conde). Nos dez anos decorridos desde a privatização o pessoal foi reduzido em 30 por cento. O sindicato regista ainda que, de 2002 a 2008, a empresa acumulou mais de 13 milhões de euros de lucros e, em 2009, o resultado será «dos melhores dos últimos anos».
Também pertence à Europac a Portucel Viana, onde foi acordado para 2010 um aumento salarial de 25 euros, mantendo direitos e regalias dos trabalhadores.
A greve iniciada na segunda-feira, dia 17, no sector de litografia da Colep, em Vale de Cambra, foi suspensa nessa noite, após uma reunião com a administração, revelou um dirigente do sindicato, citado pela Lusa.
Amanhã vão estar em greve, por 24 horas, os trabalhadores da Imprensa Nacional Casa da Moeda, contra o congelamento dos salários. A administração diz que segue a posição do Governo. Mas, como não o fez no ano passado, quando foi aplicado um aumento de 2,9 por cento na Administração Pública, deveria pagar mais 1,6 por cento desde Janeiro de 2009, para ter agora alguma credibilidade, defendeu o sindicato.
(Avante, 26/05/2010)