A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados deverá votar hoje o relatório conclusivo do Grupo de Trabalho (GT) criado para diagnosticar o uso do amianto no Brasil.
Depois de quase dois anos de trabalho, o relator do GT, o deputado federal baiano Edson Duarte, líder do PV na Câmara, conclui que a melhor solução para o País é banir o amianto. Estima-se que o material movimente R$ 2,5 bilhões por ano no Brasil.
O relatório, nomeado "Dossiê Amianto Brasil", tem quase 700 páginas. Resulta de um trabalho que incluiu visita a minerações desativadas e À única em atividade no País; entrevistas com técnicos, especialistas, autoridades do governo, empresários, trabalhadores e ex-trabalhadores; visita às empresas que usam o produto e àquelas que fizeram sua substituição por fibras alternativas.
Segundo o relatório, ao ser manipulado o amianto dispersa fibras no ar. Elas são absorvidas pela respiração, alojam-se nos pulmões e provocam doenças como asbestose, câncer de pulmão, mesotelioma de pleura e doenças pleurais. Os sintomas desses males demoram até dez anos a se manifestar e nem sempre é feito o nexo causal pelos médicos.
Parlamentares defensores das empresas que utilizaram o produto adiaram a votação da matéria, prevista para a semana passada. A Eternit, uma das maiores responsáveis pela produção de telhas e caixa de água com esse produto contesta as acusações levantadas pelo relator.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe limite de exposição para contrair as doenças do amianto, que é cancerígeno em qualquer quantidade. No Brasil se ocultam números dos doentes do amianto.
(Por Abnor Gondim, DCI, 26/05/2010)