Na área do Bioma Pampa, o Estado atuará em 900 propriedades rurais com técnicas de manejo sustentável. Para o coordenador do projeto RS Biodiversidade, João Manuel Trindade Silva, a estimativa é de que os conhecimentos sejam passados de produtor a produtor, chegando a 5 mil produtores. "Nosso objetivo é fazer com que a atividade econômica sirva para preservar os corredores ecológicos e a fauna e a flora", afirmou Silva, nesta terça-feira (25), em Brasília. Cerca de 2,6% do território gaúcho está ambientalmente protegido.
O projeto enfocará o manejo de culturas nativas, como pastagem natural. A Emater irá organizar o trabalho que será desenvolvido junto aos produtores. No Litoral Médio, por exemplo, será incentivada a pesca sustentável do camarão. "Queremos conservar a biodiversidade e dar incentivos aos produtores para que continuem na sua região", disse. Para o secretário do Meio Ambiente, Giancarlo Tusi Pinto, a ação terá o engajamento do agricultor em todo o processo. "Vamos investir na qualificação e capacitação do homem do campo", frisou.
Os pampas sustentam altos níveis de biodiversidade e são considerados uma das áreas mais importantes do mundo para as aves endêmicas. O ecossistema contém 3 mil espécies de plantas, mais de 60 espécies de mamíferos, 210 aves, 30 répteis e 40 peixes de água doce. O projeto teve a concepção das secretarias estaduais do Meio Ambiente, Agricultura e Planejamento, além da Emater e da Fundação de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). O programa terá unidade de gerenciamento, comitê estadual e quatro comitês locais de acompanhamento.
As comunidades rurais que vivem próximas de áreas protegidas e dentro das zonas prioritárias participarão ativamente do planejamento e execução das estratégias de conservação. As quatro microrregiões prioritárias abrangem 11,8% da população gaúcha, e 22,5% do território do Estado. "Uma das características mais importantes da estratégia ambiental do Estado é a sua ênfase na participação de todos os atores relevantes em torno de questões essenciais ao setor", ressaltou Bernadete Lange, gerente do projeto pelo Banco Mundial.
O Fundo
O custo total do projeto RS Biodiversidade está projetado em US$ 11,10 milhões, dos quais US$ 5 milhões do Fundo Global para o Meio Ambiente. O Fundo é um instrumento destinado a fornecer doações e financiamento para a obtenção de benefícios ambientais. O Banco Mundial é uma das agências implementadoras do sistema, e presta assistência aos países na elaboração de projetos co-financiados, além de supervisionar a sua execução.
(Governo do Estado, 25/05/2010)